O presidente Jair Bolsonaro receberá Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela, nesta quinta-feira (28), às 14h, no Palácio do Planalto. O encontro foi confirmado na noite de hoje (27) pelo porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros. Apesar de o Brasil reconhecer Guaidó como presidente interino da Venezuela, o encontro não será tratado como uma visita de Estado.
De acordo com Rêgo Barros, Guaidó ficará na Base Aérea de Brasília após sua chegada, por volta da meia-noite. Ele será recebido pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, responsável por acompanhá-lo durante a visita. O encontro com Bolsonaro não terá formalidades de chefe de Estado. O presidente receberá Guaidó em seu gabinete.
“O presidente abriu sua agenda para recebê-lo no Planalto, cumprimentá-lo. E o prosseguimento dessa visita e aquilo que venha a ser tratado estará sob a batuta do ministro Ernesto. Ele [Guaidó] não será recebido com as formalidades, será recebido diretamente no gabinete do presidente”, disse o porta-voz.
A viagem de Juan Guaidó foi autorizada pela Assembleia Nacional, o Parlamento, de maioria oposicionista. O deputado federal Américo De Grazia disse que os parlamementares aprovaram licença de cinco dias para ele.
“AN autoriza ao presidente Guaidó licença por cinco dias para honrar compromisos de caráter internacional”, afirmou Américo De Grazia em sua conta no Twitter.
No mês passado, o Tribunal Supremo de Justiça proibiu Guaidó de deixar o país e congelou suas contas. A Corte atendeu a um pedido do procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, aliado do presidente Nicolás Maduro. Apesar das ordens, o interino foi à Colômbia e prometeu retornar à Venezuela em breve.
O porta-voz da Presidência não informou se Guaidó voltará ao seu país pelo Brasil ou se o governo federal ajudará o venezuelano no retorno.
O presidente interino da Venezuela, JUan Guaidó, conversa com o vice-presidnete da República, Hamilton Mourão, em Bogotá (Colômbia) – Gabriel Cruz/VPR
Há dois dias, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, conversou em particular com Guaidó, em Bogotá, na Colômbia. Antes, Araújo também se reuniu com Guaidó. Eles participaram da reunião do Grupo de Lima, da qual participaram representantes das Américas, em defesa de uma saída pacífica para crise venezuelana sem interferência externa.
Chile
O presidente do Chile, Sebastián Piñera, confirmou hoje ter convidado Guaidó para participar da Cumpre do Prosur, mecanismo de integração vinculado à União das Nações Sul-americanas (Unasur), em março, em Santiago (Chile).
Na sua conta no Twitter, Guaidó afirma que mais de 50 países o reconhecem como presidente legítimo. O Brasil, os Estados Unidos, o Chile, o Paraguai e o Canadá foram as primeiras nações a reconhecer a legitimidade do venezuelano. Na região, México e Urugia optaram pela neutralidade, enquanto China e Cuba apoiam o governo Maduro.
Violência
Nos últimos dias o clima de confronto dominou a região fronteiriça da Venezuela com o Brasil e a Colômbia. Por ordem de Maduro, a fronteira com o Brasil foi fechada. Houve dificuldades para o transporte da ajuda humanitária internacional com registros de mortos e feridos. Segundo relatos, militares venezuelanos atiraram na direção de civis desarmados.
Para Maduro, há uma orquestração internacional, liderada pelos Estados Unidos e Colômbia, com o objetivo de promover uma intervenção na Venezuela. Ele e aliados negam a existência de crise humanitária no país.
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(Fonte: Agência Brasil e TVN)