Um homem de 33 anos foi preso em Juiz de Fora, na Zona da Mata, nessa segunda-feira (19/11/2018), suspeito de estuprar duas filhas de 9 e 10 anos. Os abusos aconteciam há pelo menos dois anos e o pai também tinha o hábito de dopar as meninas com remédios após o crime.
Segundo a cabo Josi Raphael, da Patrulha Escolar, que atendeu a ocorrência, a avó materna das crianças procurou a escola que elas estudavam para denunciar o caso e a diretora da instituição acionou a polícia.
Na casa da família, os militares encontraram a menina de 10 anos deitada em estado de sonolência e, a de 9 anos, desacordada. No local, moram o casal e seus 7 filhos, que tem de 4 meses a 13 anos, sendo cinco meninas e dois meninos.
“A vítima mais velha me contou que o pai abusava dela e da irmã de 9 anos em dias alternados. Cada noite, era uma. Quando chegamos ao local, elas estavam muito temerosas, porque além das agressões, o pai também fazia tortura psicológica com elas. Elas têm muito medo dele”, relata a policial.
Os estupros aconteciam no quintal da casa, onde dormem os cães de estimação. Segundo relatos das crianças, os abusos começavam em forma de “brincadeiras”, desde que a família morava em outro bairro na cidade, há cerca de dois anos. O homem passava a mão e a boca nas partes íntimas das filhas e as estuprava. O último abuso à filha mais velha foi constatado no exame médico feito após a prisão.
Depois dos estupros, ele dava às meninas remédios para dor, o que as deixavam sonolentas, e também já chegou a oferecer maconha para elas. Além disso, o homem mantinha guardado um estoque de pomadas anestésicas e lubrificantes que utilizava durante os abusos.
Ao saber que a polícia estava à sua procura, ele ainda teve tempo de instruir a filha mais velha a falar com os militares que já tinha um namoradinho na escola e que, por isso, não era mais virgem.
A vítima de 9 anos relatou que sofria constantes ameaças do pai. “Ele dizia que se elas contassem alguma coisa pra alguém, ele e a mulher seriam presos e, elas, jogadas em um abrigo”, relata, ainda.
A policial comentou que nunca havia atendido ocorrência semelhante na cidade. “Eu sou mãe de duas meninas, uma de 2 e uma de 8 anos. No calor da ocorrência eu não havia absorvido ainda, mas quando cheguei em casa e vi minhas filhas, eu desabei, não consegui dormir à noite. Conversar com essas crianças e ver a condição que elas estavam me fez ter vontade de trazê-las comigo, cuidar delas, protegê-las. Pelo menos o que fica agora é a sensação de dever cumprido”, conclui.
Local onde as vítimas eram estupradas (Foto: Cabo Josi Raphael/PM)
Meninas usavam “burcas”
A mãe das meninas, de 29 anos, relatou que desconhecia os abusos, mas que recentemente passou a desconfiar de algumas atitudes do companheiro, como o fato dele ter ciúme excessivo das filhas, chegando a impedi-las de irem para escola algumas vezes ou mesmo saírem na rua, e obrigá-las a usarem roupas largas para esconderem o corpo.
“O que mais me chamou a atenção foi a roupa que as meninas usavam quando chegamos lá. Era uma série de roupas em cima de roupas, parecia que elas estavam usando burca mesmo. Ele não deixava elas usarem nada que mostrasse minimamente a silhueta, mesmo sendo crianças. Uma das meninas queria tirar uma das roupas que estava por cima e estava morrendo de medo do pai ver e ela ser repreendida por isso”, conta a cabo Josi Raphael.
Segundo a Polícia Civil, o homem permanece detido no Ceresp da cidade e o caso foi encaminhado para a Delegacia de Atendimento à Mulher de Juiz de Fora. Antes de ser levado para a unidade prisional, ele passou por exames de sangue para constatar se tem doenças sexualmente transmissíveis que poderia ter passado às crianças.
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(Fonte: Hoje em Dia)