O rompimento do contrato do governo de Cuba com o Brasil para atender o programa Mais Médicos atingirá em cheio a assistência médica à população dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, no Nordeste de Minas Gerais.
No dia 25 de novembro, 83 médicos cubanos deixarão o trabalho em 47 municípios em toda a região, deixando de atender nas comunidades rurais, povoados e distritos.
Até o final do ano, cerca de 22 mil consultas deixarão de ser feitas, além de ações com trabalhos preventivos em grupos, palestras, pequenas cirurgias, exames, pré-natal e partos, segundo informações da Diretoria Regional da Secretaria de Estado da Saúde em Pedra Azul.
De acordo com a Diretoria de Saúde, o impacto será muito grande na atenção básica dos serviços de saúde nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), onde atuam os cubanos na clínica geral e medicina preventiva.
O Diretor Regional de Saúde de Pedra Azul, Francisco Oliveira, alerta que haverá um colapso na atenção primária dos serviços públicos de saúde nos 47 municípios que recebem atendimento dos médicos cubanos.
Oliveira afirma que o Ministério da Saúde deverá contratar de imediato profissionais brasileiros para ocupar estas vagas. Ele acredita que não será fácil, pois os médicos brasileiros exigem salário de no mínimo R$ 15 mil/mês, além de plantões para complementar ganhos em torno de R$ 20 mil. Segundo ele, poucos destes profissionais cumprem jornada de 8 horas por dia como está no contrato, o que diminui a qualidade e quantidade de procedimentos efetuados. No Mais Médicos, o salário pago hoje é de R$ 11.800. No entanto, apenas 30% fica com o profissional e o restante é enviado para o governo cubano.
Dainerys Sandoval Tellez é cubana e atende no Posto de Saúde do Distrito de Ribeirão da Folha, zona rural de Minas Novas; ela mora no povoado onde trabalha (Foto: Reprodução/Facebook)
O que diz o presidente eleito Jair Bolsonaro
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), disse que manterá o programa Mais Médicos e que vai substituir os cerca de 8.500 profissionais cubanos por brasileiros ou estrangeiros. Ele afirmou que os cubanos que quiserem atuar no país devem revalidar os diplomas.
O governo cubano informou que não vai aceitar as exigências feitas pelo novo governo.
Bolsonaro conversou com os jornalistas na tarde da última quarta-feira (14) no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) sede do governo de transição. “Estamos formando pelo menos 20 mil médicos por ano e a tendência é aumentar esse número. Nós podemos suprir esse problema com esses médicos. O Mais Médicos não está suspenso, afirmou o presidente eleito.
Bolsonaro acusou o governo cubano de explorar os profissionais e ainda pôs em dúvida a capacidade profissional dos médicos cubanos. “Nem sabemos se são realmente médicos e pelo menos 70% dos salários desses profissionais são confiscados pela ditadura cubana- afirmou o novo presidente.
Confira os municípios e a quantidade de médicos cubanos que deixarão o Programa Mais Médicos nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
Vale do Jequitinhonha – 56 médicos em 31 municípios:
Almenara – 01
Angelândia – 01
Araçuaí – 04
Bandeira – 01
Berilo – 02
Cachoeira do Pajeú – 03
Capelinha – 01
Carbonita – 01
Caraí – 03
Chapada do Norte – 04
Comercinho – 01
Coronel Murta – 02
Couto Magalhães de Minas – 01
Datas – 01
Diamantina – 04
Francisco Badaró – 02
Itamarandiba – 02
Joaíma – 02
José Gonçalves de Minas – 01
Mata Verde – 01
Medina – 01
Minas Novas – 05
Monte Formoso – 02
Padre Paraíso – 01
Pedra Azul – 01
Presidente Kubitschek – 01
Rio do Prado – 01
Rubim – 01
Santo Antônio do Jacinto – 01
São Gonçalo do Rio Preto – 01
Senador Modestino Gonçalves – 01
Virgem da Lapa- 01
Vale do Mucuri – 27 médicos cubanos em 16 municípios:
Bertópolis – 01
Catuji – 02
Carlos Chagas – 01
Crisólita – 01
Franciscópolis – 01
Fronteira dos Vales – 02
Itaipé – 02
Machacalis – 02
Novo Oriente de Minas – 04
Ouro Verde de Minas – 02
Pavão – 01
Poté – 02
Santa Helena de Minas – 01
Serra dos Aimorés – 01
Teófilo Otoni – 03
Umburatiba – 01
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(Fonte: Gazeta de Araçuaí)