Trabalhos realizados em Diamantina e Tiradentes vencem primeira seletiva do concurso de fotos

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O passado colonial preservado na arquitetura e manifestações culturais de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, e Tiradentes, no Campo das Vertentes, atrai turistas do mundo inteiro. E foram as peculiaridades dos pequenos municípios que aguçaram o faro fotográfico de Diego Ramos e Rodrigo Melo, vencedores da primeira seletiva do concurso Paisagens Mineiras. Promovida pelos Diários Associados com patrocínio da Petrobras, a competição estreia sua quarta edição com 14.936 votos registrados na votação pelo site www.paisagensmineiras.com.br.

Foi durante um passeio, em janeiro deste ano, que o defensor público Diego Ramos, de 34 anos, fez um dos cliques eleitos pelos internautas. A foto mostra as torres da Catedral Metropolitana de Santo Antônio, em Diamantina, igreja erguida entre 1933 e 1940. Apesar de ser o mais novo dos templos religiosos construídos no Centro Histórico, o lugar não perde seu charme e importância histórica. Morador da capital mineira, Diego, que tem a fotografia como hobby, não desgruda de sua máquina durante suas viagens pelo interior de Minas e está sempre em busca de novos ângulos para paisagens já conhecidas. “Quem gosta de fotografar se atém aos detalhes. Quando tirei essa foto, estava subindo a rua e, de repente, ao olhar para trás, vi que as torres formavam um desenho bonito”, conta. Assim como nas edições anteriores do Paisagens Mineiras, os vencedores de cada seletiva têm a oportunidade de exercer a solidariedade na cidade em que as fotos foram feitas. É que, no ato da inscrição, o participante deve indicar uma instituição educacional ou filantrópica local para receber um kit multimídia (com computador, impressora e periféricos) e uma assinatura digital do Estado de Minas.

A Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) foi a entidade escolhida por Diego para receber a doação. Com 12 anos de funcionamento, a instituição está atravessando momento difícil e corre o risco, inclusive, de fechar as portas. “Como não temos sede própria, não conseguimos ter acesso a alguns repasses financeiros, além de ter gastos com o aluguel e manutenção do espaço, que não é adaptado ao nosso público, que são pessoas com deficiência. O imóvel está sem o alvará do Corpo de Bombeiros, mas não temos para onde ir”, explica a presidente Adriana Maria Ferreira, cujo filho autista é uma das 60 pessoas atendidas pela entidade. Preocupada com os desafios enfrentados nos últimos meses, a professora Valéria Soares conta que a notícia da doação do Paisagens Mineiras veio como uma injeção de ânimo para toda a equipe. “É muito bom saber que a Apae é uma instituição reconhecida e apoiada pela comunidade. São ações como essa que nos fazem ter coragem para seguir em frente.”

AGUÇAR OS SENTIDOS Fazer a foto da maria-fumaça foi algo que exigiu estudo e paciência do fotógrafo Rodrigo Melo, de 36, de Divinópolis. Especializado em casamentos, ele estava na cidade histórica para produzir um ensaio com noivos e, no intervalo das fotos, visitou a estação ferroviária de Tiradentes para conhecer melhor o funcionamento da locomotiva a vapor. “A foto não foi por acaso. Conversei com o maquinista para saber o momento em que a maria-fumaça apitava, pois queria fazer uma imagem que aguçasse também os ouvidos. Acho que quem olha para a foto consegue escutar o famoso apito do trem”, diz.

Rodrigo já é veterano no concurso. Na terceira edição ele foi um dos finalistas com uma foto da Pedra do Calhau, em Carmo do Cajuru. “Até hoje o Paisagens Mineiras me dá visibilidade. Tem noivos que, inclusive, me pedem para fotografá-los no mesmo local da foto finalista.” Desta vez, o fotógrafo contou até mesmo com uma assessoria, feita por uma tia, para divulgar sua participação no concurso. Assim como Diego, a entidade indicada por Rodrigo foi a Apae, cuja realidade, em Tiradentes, é bem diferente da encontrada em Diamantina. Lá, os 25 alunos contam com moderna infraestrutura para desenvolver as atividades educacionais e de atendimento na área da saúde. Contudo, por também viver de doações, a associação está sempre à espera de recursos para realizar alguma melhoria.

Caso da compra de um novo computador, uma demanda antiga que acaba de ser concretizada. “Temos uma oficina de pão de queijo, na qual os próprios alunos produzem a quitanda, que é comercializada. Precisávamos de um computador para que eles pudessem pesquisar receitas, divulgar o produto nas redes sociais e também cuidar da parte administrativa. A doação chegou como uma providência divina”, afirma o diretor administrativo, Valdo Trindade Rosa.

Para participar da segunda seletiva, fotógrafos profissionais e amadores devem enviar suas fotos para o site www.paisagensmineiras.com.br até o dia 27 deste mês. No endereço eletrônico o internauta também acessa o regulamento e participa da votação. Ao final das quatro seletivas, os oito finalistas voltam a disputar o voto popular, que vai eleger a imagem campeã. O vencedor leva para casa uma câmera Canon EOS 5D Mark II. Todas as fotos finalistas vão compor uma revista especial. Lançada na edição passada, a categoria Instagram se mantém. Para participar, a pessoa deve postar suas fotos feitas por telefone celular na rede social com a hashtag #paisagensmineiras. O vencedor vai ganhar uma câmera analógica tipo Lomo.

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