“Não tenho água nem para beber”. Esse é o desabafo de vários moradores do bairro Jardim Aeroporto, na parte alta da cidade de Capelinha, no Vale do Jequitinhonha. O longo período de estiagem está comprometendo o sistema de captação e distribuição de água da Copasa, deixando centenas de famílias desabastecidas.
A empresa divulgou nota na última terça-feira (17) informando que a falta de água é provocada pela baixa vazão dos Ribeirão dos Franciscos, um dos mananciais utilizados para o abastecimento de Capelinha.
A Copasa também afirmou que iniciou a instalação de mais uma unidade de bombeamento na captação do Rio Itamarandiba e que as intervenções seriam concluídas na quarta-feira (18), quando o abastecimento seria restabelecido de forma gradativa.
No entanto, conforme vários relatos de moradores, a falta de água ainda não foi solucionada. “Tem gente aqui no bairro que não tem água pra nada, nem para beber. Eu ainda tenho um pouco na caixa, mas está acabando. Roupas, vasilhas e a casa têm uma semana que não lavo. Se não cair água até amanhã, tenho que dá um jeito de ir pra roça lavar roupas”, disse uma dona de casa em conversa com a reportagem do Aconteceu no Vale.
“Meu marido chegou do trabalho ontem, todo sujo de terra, e não tinha água na caixa para ele tomar banho. A sorte é que enchi uma piscina do meu filho na semana passada e ele utilizou a água acumulada para tomar banho de balde. Para cozinhar e beber, foi necessário comprar água mineral”, disse outra moradora.
Moradores de outros bairros também reclamam da falta de água. “Já tem três dias que estamos sem água aqui no bairro Jardim Imperial. Será que a Copasa não vai tomar nenhuma providência não gente?”, questionou outro morador.
No caso do bairro Jardim Aeroporto, os moradores estão organizando manifestação com o objetivo de chamar a atenção da Copasa e de autoridades do município para a situação caótica. “Se preciso, vamos acampar na porta da empresa e só sair de lá na hora que o problema estiver resolvido.”
Moradores também pedem a colaboração de quem reside nas partes baixas da cidade. “Tem pessoas lavando carro e calçadas. Vamos conscientizar gente, enquanto moradores do centro desperdiçam, quem reside nos bairros altos fica completamente sem água”.
A reportagem do Aconteceu no Vale entrou em contato com a Copasa e aguarda um posicionamento da empresa.
Zona rural também sofre com a seca
Um levantamento do Departamento Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano indica que o consumo humano regular de água em 24 comunidades rurais está comprometido devido à escassez de recursos hídricos. Deste total, sete comunidades estão com nascentes e córregos totalmente secos.
De acordo com Aléquison Gomes, Secretário Municipal de Governo e que também responde pelo Meio Ambiente, as comunidades bastante comprometidas são Cisqueiro, Grilo, Invernada, Joaquim Ferreira, Macaúba, Pau de Leite e Santo Antônio. O município está realizando operação emergencial para abastecimento na zona rural com caminhões-pipas. A água é captada em um pequeno barramento na cabeceira do Areão.
Córregos estão secando na zona rural (Foto: Divulgação)
Córregos estão secando na zona rural (Foto: Divulgação)
Córregos estão secando na zona rural (Foto: Divulgação)
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