Prefeitura de Teófilo Otoni alerta sobre desabastecimento de soros antivenenos e vacinas

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A Prefeitura de Teófilo Otoni, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informa que, desde o início do ano, o Brasil vive problemas na distribuição de vacinas e soros antivenenos. Entre as justificativas apresentadas pelo Ministério da Saúde para “o não atendimento regular das demandas de alguns imunobiológicos” estão os problemas e atrasos no processo produtivo, proximidade de data de vencimento, indisponibilidade no estoque nacional, estoque vencido e ainda o fato de contratos para aquisição estarem em fase de finalização. Além de uma nova regra da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que exigiu uma readequação dos laboratórios.

De acordo com a coordenadora da Vigilância em Saúde, Maria Izabel Dias Svizzero, a responsabilidade de executar a vacina é do município, entretanto, esse processo tem sido prejudicado por falta de insumo. “Se alguém vai até o posto de saúde e não tem vacina é muito provável que essa pessoa não volte mais, além de deixar a população vulnerável a várias doenças, isso ainda descredibiliza o SUS”, disse.

A coordenadora explica que o Ministério da Saúde distribui 43 tipos de produtos imunobiológicos, o que abrange 24 vacinas, das quais 14 estão no calendário nacional de vacinação. Segundo Izabel, o desabastecimento parcial ocorre em todo o país e a indicação é que as vacinas multidose sejam feitas através de agendamento. “As outras vacinas nós estamos recebendo em uma quantidade pouco menor e tentamos suprir aquilo que nos é solicitado. A tetraviral, que é uma das vacinas que também está faltando, está sendo substituída pela tríplice viral mais mono de varicela, que era assim antes”.

De acordo com a coordenadora da Vigilância em Saúde, Maria Izabel Dias Svizzero, o desabastecimento parcial ocorre em todo o país e a indicação é que as vacinas multidose sejam feitas através de agendamento (Divulgação)

Não há motivo para pânico

Izabel alerta que enquanto a situação não é regularizada e volte à normalidade, alguns soros e a vacina antirrábica, por exemplo, seguem em falta ou com o estoque bastante reduzido. “Foi necessário remanejar a administração para a UPA para facilitar a supervisão e garantir a indicação segura sem riscos de administrar vacina sem a real necessidade. Evitamos assim o uso indiscriminado. A UPA é o único lugar onde disponibilizamos a VAR e os soros antivenenos, inclusive para os clientes que não são do Convênio SUS”, enfatizou.

Apesar de o desabastecimento de soros antivenenos e vacinas seja preocupante, a coordenadora tranquiliza a população. “Não existe possibilidade de epidemias por conta do déficit de vacinas embora a situação seja grave. O problema é apenas temporário, embora o Programa Nacional de Imunizações não tenha divulgado data para o retorno do abastecimento”.

Transmissão da raiva

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o município está há muitos anos sem casos de raiva em cães e gatos. Entretanto, há relato de raiva bovina na região, possível vítima de morcegos hematófagos. “Por isso alertamos aos moradores da Zona Rural para ter cuidado na manipulação desses animais, já que a doença pode ser transmitida por mordedura, arranhadura e até mesmo lambedura do animal”, alertou Izabel.

O período de incubação do vírus em suspeitos é variável, pode ser de um mês a um ano. A maioria dos casos ocorre de duas semanas a três meses. A transmissão da raiva ocorre quando o vírus contido na saliva e secreções do animal infectado penetra no tecido, principalmente através da mordida.

As normas técnicas de profilaxia da raiva humana, do Ministério da Saúde, orientam que em casos de ocorrência com cão ou gato, suspeitos de raiva no momento da agressão grave, deve-se lavar o local com água e sabão, observar o animal durante dez dias após a exposição e começar o esquema profilático com vacinação.

Se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso deve-se dar continuidade à vacinação e aplicação do soro. Se o animal permanecer sadio no período de observação, o caso é encerrado.

No caso de acidentes graves por cão ou gato raivosos, desaparecidos ou mortos e animais silvestres, incluindo morcegos, além de lavar com água e sabão, deve-se iniciar imediatamente a aplicação do soro e vacinas. E o soro e vacinas antirrábicos são administrados na UPA conforme protocolo do Ministério da Saúde, inclusive para os clientes não SUS.

Vacinas que tiveram o abastecimento prejudicado:

– BCG (já teve o abastecimento normalizado): Dada após o nascimento, em uma dose, previne contra as formas graves da tuberculose.

– Dupla Adulta: Jovens de 11 a 19 anos e adultos de 20 a 59 anos podem tomar a vacina que previne contra difteria e tétano. O reforço ocorre a cada 10 anos.

– dTpa (em falta apenas a DTPA infantil. Os reforços em crianças de 4 anos estão sendo feitos com DTPA adulto). A dTpa previne grávidas e recém-nascidos contra difteria, tétano e coqueluche.

– Hepatite A: A vacina contra a hepatite A começou a ser ofertada ano passado e imuniza crianças na faixa etária de um até dois anos incompletos.

– Hepatite B: (abastecimento normalizado). São necessárias três doses da vacina: a primeira logo após o nascimento, a segunda trinta dias após a primeira, a terceira seis meses após a primeira. Também podem se vacinar jovens e adultos, de 11 a 29 anos, que não foram vacinados na infância.

– Tetraviral: (está sendo substituída pela tríplice viral + varicela. Sem prejuízo). A vacina é uma atualização da tríplice viral e consiste na combinação contra sarampo, caxumba, rubéola e catapora.

O município está há muitos anos sem casos de raiva em cães e gatos (Divulgação)

(Ascom PMTO)

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