Comunidades rurais protestam contra medida da Secretaria Municipal de Educação de Diamantina

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Manifestantes exigem revisão da medida que retira o ensino do 6° ao 9° ano nos distritos de Maria Nunes, Mendanha e Sopa.

Pais, alunos e moradores dos distritos de Maria Nunes, Mendanha e Sopa, tomaram as ruas e a Câmara Municipal de Diamantina, na tarde da última segunda-feira (21/11/2016). Bradando palavras de ordem como “quem fecha escolas, abre prisões” e “educação no campo é direito e não esmola”, os manifestantes exigiram a anulação da decisão que desobriga o município a oferecer do 6º ao 9º ano e força a transferência dos alunos rurais para a rede estadual de ensino das cidades vizinhas.

Segundo Tulyane Cruz, supervisora da E.M. Prof. Ana Célia de Oliveira Souza, é contestada não apenas a decisão da Secretaria Municipal de Educação, mas também a forma “arbitrária” e “desrespeitosa” como ela foi tomada e repassada aos gestores educacionais. “Nós ficamos indignados com o fato de sermos comunicados, ao final do ano, sobre uma situação tão importante. Então nós nos juntamos diante desta imposição feita sem a participação das comunidades”, explica.

Além da revolta, a preocupação é o sentimento comum entre a população que considera que, se efetivada, a medida vai provocar evasão escolar, enfraquecimento e fechamento de escolas e comunidades, exposição de crianças e adolescentes a diversas formas de violência, dentre outros prejuízos. Mobilizados, os moradores dos distritos encaminharam um abaixo-assinado, com mais de 400 assinaturas, pedindo a nulidade da resolução junto ao Ministério Público.

“Que condições que nós temos? Nós somos pobres, lá é um lugar abandonado. Se tira a escola o que vai virar? ”, questiona Aparecida Lopes Silva, moradora de Maria Nunes e mãe de cinco filhos. Já Maria Piedade Gomes, vice-presidente da Associação de Artesãos de Sopa, afirma que municipalizaram a escola local prometendo melhorias e a aproximação da comunidade com o poder público, mas “agora querem tirar de nós a escola e não vamos aceitar isso de maneira nenhuma! Se os governantes realmente nos representam, eles têm que dar uma solução”, reivindica.

A secretária municipal de educação, Márcia Claudino Souza Coelho, foi convidada para falar sobre a medida durante a sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Diamantina, entretanto não compareceu ao local, justificando que prestará esclarecimentos ao Ministério Público, em audiência nesta quarta-feira. Após o encerramento da sessão, parte dos vereadores diamantinenses assinou um manifesto em apoio às comunidades afetadas, posicionando-se contrários à resolução educacional.

Fotos da manifestação



(Fotos e informações de Angélica Almeida)

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