Etnias indígenas de Minas Gerais contarão com projeto habitacional

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A Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais (Cohab Minas) e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Integrado do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Sedinor) firmaram nessa quinta-feira (21/7) acordo de parceria para a realização do Projeto Morar na Minas Indígena, que tem como objetivo proporcionar às populações indígenas residentes em Minas Gerais moradias dignas que preservem suas identidades sociais e culturais.

A reserva Xakriabá, que fica no município São João das Missões no Território de Desenvolvimento Norte, foi a escolhida para o lançamento do programa. Nesse momento, o Governo de Minas Gerais vai investir R$ 1,8 milhão na construção da aldeia piloto. Serão construídas 50 unidade habitacionais com sustentabilidade social, econômica e ambiental. O recurso para esse empreendimento foi garantido no encontro entre Sedinor e Cohab.

A partir de agora, o projeto passará a contar com aporte da secretaria em investimentos, apoio logístico e de técnicos. A parceria foi selada no encontro entre o presidente da Cohab, Alessandro Marques, e o secretário-adjunto da Sedinor, Gustavo Xavier Pereira. O próximo estágio do programa prevê uma interlocução e troca de informações entre as assessorias jurídicas da Cohab e da Sedinor para a preparação do projeto.

As comunidades indígenas terão poder de decisão em todas as etapas do projeto, sendo que as construções respeitarão seus hábitos e costumes. Além disso, haverá a capacitação dos nativos para a execução das obras, transformando-os em multiplicadores para novas construções.

O protagonismo indígena e a sustentabilidade foram fundamentais para a seleção do projeto em 2013 no edital de Subvenção Econômica para Construção Sustentável e Saneamento Ambiental da Financiadora de Estudos e Projetos – Finep, vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. A seleção garantiu o investimento de R$ 778 mil pela Finep.

Projeto Morar na Minas Indígena vai proporcionar moradias dignas e que preservem as identidades sociais e culturais dos indígenas (Foto: Divulgação / Cohab Minas)

Sustentabilidade

As construções obedecerão princípios da ecotécnica, construções ecologicamente corretas, tendo como meta a obtenção dos maiores índices de sustentabilidade possível. Em cada reserva serão pesquisados os materiais construtivos nelas existentes, que já estejam inseridos na cultura construtiva de cada etnia, e que possam ser utilizados visando a auto sustentabilidade. Os esgotos secundários serão tratados e as águas pluviais armazenadas para utilização. A energia elétrica que abastecerá as 50 casas do projeto-piloto terá origem na energia solar.

As casas terão aproximadamente 50m², incluindo uma varanda na fachada principal, sala, três quartos e cozinha com fogão a lenha. A cozinha, no centro da construção, respeitará o costume de reunião familiar no centro da casa. O espaço é ventilado por aberturas ao fundo.  A “área molhada” também está localizada no fundo da habitação, com o objetivo de proporcionar economia nos materiais hidráulicos e proximidade do fogão a lenha que, via serpentina, abastecerá o banho com água quente.

Execução

Para a execução dos projetos e das obras, a Cohab Minas e Sedinor contarão com a participação de pesquisadores e estudantes de graduação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) de várias áreas do conhecimento, aproximando a administração pública da academia e possibilitando aos alunos o desenvolvimento de estágios mais complexos – havendo, portanto, uma ação de mão dupla: da universidade para a sociedade e da sociedade para a universidade.

Também estão previstas participações de secretarias do Governo de Minas, Ministério das Cidades/Caixa Econômica Federal, Ministério da Integração Nacional/Codevasf, Ministério da Ciência e Tecnologia/Finep, Ministério Público Federal, Funai, Funasa, Ibama, IEF-MG, Cemig e Copasa. (Agência Minas)

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