Aeroporto de Governador Valadares pode receber instrumento para operação com visibilidade zero

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A Agenda de Convergência Rio Doce anunciou na manhã desta terça-feira (28/6) uma campanha de arrecadação de fundos para obras de adequação e mudanças de características físicas na pista do aeroporto regional de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. A campanha pretende arrecadar R$ 100 mil para que o Aeroporto Coronel Altino Machado possa operar com um instrumento que possibilite o pouso e a decolagem de aeronaves em condições de visibilidade zero.

O coordenador do eixo infraestrutura da Agenda e presidente da Associação Comercial e Empresarial de Governador Valadares, Maurício Dutra, explicou como empresários e moradores da cidade poderão ajudar na campanha. As doações poderão ser feitas a partir da próxima quinta-feira (30/6). Para empresários, a doação mínima é de mil reais. Já a sociedade civil poderá doar qualquer quantia.

Segundo Maurício, após conseguir arrecadar o recurso necessário e dar início as obras, o novo instrumento poderá ser colocado em execução em até três meses. As melhorias na estrutura da pista possibilitariam o aumento no número de voos que partem da cidade; atualmente são apenas três.

Além disso, o aeroporto poderia ser usado por empresas com interesse em operar com o transporte de passageiros e cargas, além de ser usado como uma rota de abastecimento das aeronaves, o que aumentaria a concorrência no aeroporto e poderia provocar a diminuição no valor das passagens aéreas.

A consultora e gestora de operações aéreas, Patrícia Peres, explicou que o instrumento que será instalado servirá como uma espécie de GPS para os aviões. “O aeroporto hoje é apenas visual. A aeronave aproxima, comunica com a rádio e, se ela enxergar a pista, vai pousar. Se não, ela vai alternar para o aeroporto mais próximo”. Ainda segundo Patrícia, para que o instrumento seja utilizado, mudanças na pista devem ser feitas. Entre elas, a implantação da sinalização horizontal no aeroporto e implantação da sinalização luminosa.

Estrutura do aeroporto

O Aeroporto Coronel Altino Machado foi inaugurado em 1966 e atualmente possui uma companhia aérea atuando com três voos diários para Belo Horizonte. Quando a visibilidade da pista é zero, os aviões que pousariam na cidade geralmente alternam a rota para o Aeroporto Regional do Vale do Aço, em Santana do Paraíso (MG).

Segundo a ANAC, o aeroporto de Governador Valadares tem uma média anual de 100 mil passageiros e, caso o aparelho em questão seja comprado, essa média pode saltar para 240 mil passageiros por ano. Com o novo instrumento, aeronaves poderiam operar na cidade independente das condições climáticas, inclusive durante à noite.

Em janeiro deste ano, um grupo de manifestantes se mobilizou, com cartazes e carro de som, na porta do aeroporto para exigir do poder público melhorias na infraestrutura do local.

Terminal de passageiros do Aeroporto de Valadares – Foto: Site Gazeta Minas

(Fonte: G1 Vales de Minas Gerais)

2 COMENTÁRIOS

  1. Não entendi. Afinal, qual será o instrumento instalado, além da melhora dos auxílios visuais da pista?

    Acredito que o tal instrumento seja mesmo o GPS, por isso vou falar um pouco sobre o assunto. Faz parte do planejamento de um aeroporto no século 21 a confecção de uma carta de aproximação e pouso, e outra de decolagem, baseadas nas informações do GPS, (RNav no jargão oficial de aviação), sistema global de posicionamento dos Estados Unidos (USA). É a chamada operação por instrumento.

    As informações do GPS (RNav) são livres para ser usadas e principalmente sem taxas e sem a manutenção caríssima dos antigos equipamentos afixados no solo do aeroporto como o NDB (Non-Directional Beacon) Rádio Farol Não Direcional, tecnologia de 1923) e VOR (Very High Frequency Omnidirectional Range) transmissor magnético multidirecional com tecnologia de 1946 ou até o marcador de distância entre avião e aeroporto e vice-versa, conhecido como DME. Nenhum desses instrumentos NDB, VOR e DME possui a precisão e eficiência de um GPS, e o GPS é livre, grátis! O GPS assegura a normalidade de operações de pouso e decolagem com sol ou chuva, durante o dia ou à noite. Com a entrada da constelação Europeia de Satélites, o Galileu, o sistema triplicará sua eficiência operacional, igualando sua precisão ao ILS, Instrument Landing System, dos aeroportos internacionais. Serão 30 satélites, sendo que 8 já estão em órbita em 2015. Até o ano de 2020, 4 constelações GNSS (Global Navigation Satellite System) em pleno funcionamento, a Americana GPS, a Européia Galileu, a Russa Glonass e a Chinesa Beidou-Compass. Aproximações de pouso serão efetuadas com teto de 60m, e futuramente apenas 30m acima da pista. Mesmo as cidades localizadas em vales ou em regiões montanhosas podem ter o seu aeroporto operando por instrumento. O sistema GNSS já foi amplamente testado em aproximações, pouso e decolagem nas piores condições meteorológicas e topográficas do planeta como os aeroportos do Alaska. O sistema GNSS ou comumente chamado GPS nos aeroportos Não pode estar no futuro, já deve ser a realidade programada para os aeroportos regionais do Brasil.

    É altamente recomendável que um aeroporto moderno para a operação de jatos regionais e comerciais de 90 a 145 passageiros tenha uma pista de 2.200m de comprimento por 45m de largura e também resistência mínima do piso para suportar 70t. Já para a operação de turboélices é confortável uma pista de 1.700m de comprimento, 30m de largura e resistência do piso de 30t.
    Parabéns pela iniciativa de modernizar seu aeroporto.
    Saudações,
    Claudio Lemes Louzada 60, Administrador, Consultor, Ex-comandante da Riosul,Varig e Gol.

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