Detentos limpam as margens do rio Piranga, o principal formador do rio Doce

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Uma parceria entre a Prefeitura Municipal e o Complexo Penitenciário de Ponte Nova (CPPN) está recuperando sete quilômetros de margens do rio Piranga, principal formador do rio Doce. O trecho, na Avenida Arthur Bernardes, no núcleo urbano do município, é ladeado por cais e calçadas ajardinadas, que foram destruídas por uma enchente em 2011. Diariamente, um grupo de 30 presos do CPPN refaz passeios, replanta grama, pinta o cais e recolhe lixo das margens, para depois plantar mudas de espécies nativas.

O agente de segurança penitenciário Euler Santos é o ‘gerente’ da empreitada. Sua função é muito mais ampla do que vigiar os presos, todos do regime semiaberto com autorização judicial para trabalho externo. Ele fez um curso superior de Gestão Ambiental, é membro do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Codema) de Ponte Nova e fundador da ONG Puro Verde, que atua na recuperação de matas ciliares na bacia do Rio Piranga.

“Felizmente estamos criando uma tradição em projetos ambientais com a participação dos presos. Recentemente, por exemplo, fizemos o plantio de espécies nativas nas margens das vias de acesso ao CPPN”, conta Euler.

O diretor-geral do complexo, Rafael Bargas Queiroz, concorda. Segundo ele, a recuperação das margens do Rio Piranga é, na verdade, uma expansão da parceria de trabalho com a Prefeitura, que já empregava 40 presos em diversos serviços ambientais na cidade, como capina e roçada, retirada de entulho, reconstrução de calçadas e praças, plantio de árvores, etc. Na opinião do diretor, é um tipo de trabalho que aproxima os presos da sociedade.

É a impressão que passa o detento Rogério dos Santos Ribeiro, engajado há três meses na turma do Rio Piranga. “Eu vejo como um trabalho perfeito para gente que foi condenado. Estamos ajudando a limpar o que a sociedade sujou”, compara.

Grupo de detentos do CPPN limpam as margens do Rio Piranga – Foto: Carlos Alberto/Imprensa MG

Revitalização da Beira-Rio

Neste começo de 2016, os detentos do CPPN também fizeram uma espécie de mutirão para limpar um afluente do rio Piranga, o córrego Passa Cinco. Em apenas três dias de trabalho, eles encheram um caminhão com resíduos sólidos coletados nas margens do curso d’água.

Para o prefeito de Ponte Nova, Guto Malta, essas empreitadas têm sido possíveis graças ao diálogo positivo entre a administração municipal e o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). Atualmente, a Prefeitura conta com o trabalho contínuo de cerca de 50 detentos na limpeza e jardinagem de espaços públicos.

“Para o município é muito importante contribuir com este processo de ressocialização dos detentos. O trabalho é uma forma de prestação de contas com a sociedade”, diz o prefeito. (Agência Minas)

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