População do Alto Jequitinhonha apresenta 545 problemas e necessidades durante o Fórum Regional

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Entre as demandas levantadas pela população local estão a proteção das flores sempre-viva e a criação de uma subestação da Cemig em Itamarandiba.

As grandes diferenças regionais de Minas Gerais têm proporcionado, durante as jornadas dos Fóruns Regionais de Governo, as mais diversas e inusitadas demandas por parte da população. Um bom exemplo foi o problema apresentado pela apanhadora de flores Maria de Fátima Alves, de Diamantina, cidade que abrigou, no dia 26, a segunda etapa do Fórum Regional Alto Jequitinhonha.

“Vim reivindicar o reconhecimento e a proteção territorial da área onde é cultivada a flor sempre-viva. O Cerrado, habitat natural da flor, está ameaçado e há muita discordância ainda quanto às espécies. Hoje, Minas possui 32 municípios onde a profissão de apanhador da sempre-viva é exercida e que está ameaçada”, alerta.

Além de Maria de Fátima, estiveram presentes ao Fórum de Diamantina outros 348 participantes, representando 19 municípos da região e que apresentaram 545 problemas. Outro cidadão que trouxe reivindicação ao Governo do Estado foi o técnico de segurança Júlio Brabo. Sua proposta foi a valorização da cultura negra residente na periferia. “A cultura é uma forma de autoconhecimento e emancipação, mas o que chega na periferia não tem nada a ver com a gente, vem de fora e de cima para baixo”, protesta.

Demandas e prioridades

Relatora do grupo Saúde e Proteção Social, Nancy Costa destacou o cofinanciamento para implantação das casas de passagem para migrantes e a construção de um centro socioeducativo para adolescentes infratores, demanda que foi eleita uma das prioridades do grupo.

Na área de desenvolvimento produtivo e inovação tecnológica, a população local escolheu como principal prioridade por em operação os aeroportos regionais de Capelinha, que tem como foco o uso industrial, e de Diamantina, mais voltado ao turismo de lazer e de negócios.

Uma das necessidades mais votadas pela população do Alto Jequitinhonha na área de infraestrutura e logística é aumentar a oferta e diversificar as fontes de energia elétrica. Há décadas a cidade de Itamarandiba vem enfrentando problema crônico no abastecimento elétrico. O principal motivo é a ausência de uma subestação de energia da Cemig na cidade. O problema se agrava ainda mais diante da precariedade das linhas de transmissão.

Problema recorrente em muitos territórios de Minas, a falta de vagas do sistema prisional estadual também é uma das necessidades mais prementes do eixo segurança pública na região. No território do Alto Jequitinhonha não há presença suficiente da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi). As cadeias públicas dos municípios de Capelinha, Minas Novas, Itamarandiba, Turmalina e Serro funcionam sob a gestão da Policia Civil.

Completes

Após a apresentação das prioridades na plenária final, a chefe de gabinete da Secretaria de Planejamento e Gestão, Lígia Maria Alves Pereira, anunciou os nomes dos escolhidos para compor o Comitê de Planejamento Territorial (Complete), que irá acompanhar as demandas identificadas e os projetos e recursos necessários para sua implantação.

O Complete do Território Alto Jequitinhonha irá integrar o Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI) a partir do diagnóstico traçado em Diamantina. Está agendada para o dia 19 de setembro uma reunião em Belo Horizonte com os integrantes dos Completes dos 17 Territórios de Desenvolvimento.

Nota de esclarecimento da Cemig

Sobre a reclamação de problemas no abastecimento de energia em Itamarandiba, a Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) esclarece que já está prevista a construção de uma subestação e uma linha de distribuição na cidade. As obras devem ser iniciadas ainda este ano.

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