Moradores de Capelinha denunciam envenenamento de animais

0

Três cachorros morreram no intervalo de uma semana na Rua José Pimenta. Em um dos casos, um veterinário confirmou o envenenamento.

Depois de conviver por quatro anos com Baby, a família da comerciante Evanilde Couto teve que se despedir, forçadamente, da cadelinha da raça poodle. Baby morreu no último sábado, 28 de fevereiro, por envenenamento, segundo confirmou o veterinário Sanderson Delvito Pires, que atendeu o caso. Evanilde, que mora na rua José Pimenta de Figueiredo, no Centro de Capelinha, com o marido Élcio Vieira e o filho Artur, não consegue se conformar com a perda. “Foi um choque para nós, ela vivia dentro de casa, era muito querida e nos amava também. Tenho um bebê de nove meses, ele fica procurando por ela. A Baby era muito companheira, quando meu filho chorava, ela chorava também, temos vídeos, fotos dela, é muito triste!”, comenta.

Além de Baby, outros dois cachorros morreram envenenados na José Pimenta no intervalo de uma semana. Na região da construção de uma quadra escolar, próximo ao posto de saúde, há vários casos de cachorros mortos, principalmente cães de rua, com sintomas de envenenamento. Os moradores dizem não ter suspeitos do crime, previsto na Lei 9605/98, a Lei de Crimes Ambientais.

Cadela Baby morreu envenenada na Rua José Pimenta – Foto: Divulgação/APCC

O garoto Matheus Félix, de 10 anos, que mora ao lado da quadra, se diz compadecido com o triste fim dos animais: “É uma pena, não sei pra quê matar os bichinhos. Eu sempre vejo cachorros mortos aqui perto de casa”, salienta. O amigo de Matheus, Farley Junio, também de 10 anos, foi um dos primeiros a encontrar um cachorro envenenado na rua Pirapora, atrás da quadra. “Ele estava dentro de um saco plástico, com a cabeça sangrando, embaixo de uma árvore na porta da minha casa”, comenta.

Como saber se seu cão está envenenado

Os próprios donos de animais podem perceber os primeiros sintomas de que seu cachorro foi envenenado. Valmir Cordeiro, dono de um pet shop na rua Doutor Hermelindo, em Capelinha, cita os principais sinais de envenenamento: “O animal começa a ficar trêmulo, com a coordenação motora ruim, ele baba, fica salivando, o cocô fica meio mole, com água. A pele fica tremendo, já é o veneno agindo na corrente sanguínea”. A primeira providência é entrar em contato com um veterinário.

População deve denunciar maus tratos

Casos de envenenamento de animais, como os ocorridos na rua José Pimenta, no centro de Capelinha, são comuns na cidade. A Associação de Proteção aos Cães de Capelinha (APCC), criada recentemente, convoca os capelinhenses a denunciar maus tratos a cachorros, gatos e todo o tipo de animal. “Nós, cidadãos, temos que fazer nossa parte, não podemos ignorar se tem um animal mal tratado, machucado, sendo morto. Quem preferir pode nos ligar, que nós mesmos fazemos a denúncia”, ressalta Elaine Vieira, presidente da APCC.

Integrantes da Associação se reuniram, nos últimos dias, com o promotor de Justiça, Cristiano Moreira Silva, e o major Nilzo Figueiredo, comandante da 23ª Companhia de Polícia Militar, que tem sede em Capelinha. Os representantes dos órgãos de segurança pública se mostraram solidários à causa da APCC. “O promotor enfatizou a importância da própria sociedade se unir em prol dos animais, e o major da PM passou à tropa a orientação de atender prontamente às denúncias feitas pela comunidade”, ressalta Elaine.

Para saber mais sobre a APCC, os telefones de contato são (33) 9105-7157, 9115-1899 e (31) 8824-8275 (Tim). A entidade realiza campanhas de adoção animal e em breve divulgará a data de sua próxima reunião.

Saiba o que a Lei Brasileira considera maus tratos

A Lei 9605/98 do Código Penal Brasileiro, conhecida por Lei de Crimes Ambientais, entende por maus tratos as seguintes práticas:

– Abandonar, espancar, golpear, mutilar e envenenar
– Manter preso permanentemente em correntes
– Manter em locais pequenos e anti-higiênicos
– Não abrigar do sol, da chuva e do frio
– Deixar sem ventilação ou luz solar
– Não dar água e comida diariamente
– Negar assistência veterinária ao animal doente ou ferido
– Obrigar a trabalho excessivo ou superior a sua força
– Capturar animais silvestres
– Utilizar animal em shows que possam lhe causar pânico ou estresse
– Promover violência como rinhas de galo, farra-do-boi, etc.

(Por Rosa Santos / Divulgação APCC)

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui