Emoção e desespero de moradores em cumprimento de mandado de reintegração de posse em Inhapim

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Área conhecida como córrego do barracão tem 66 hectares. Local tem 63 casas construídas, sendo que 14 estão ocupadas.

Começou nesta quinta-feira (9), por volta das 7h, a ação da reintegração de posse de um terreno invadido no Córrego Boa Fé, na zona rural da cidade do Inhapim. Ate o momento, estão no local cerca de 20 policiais, oficiais de justiça, funcionários da prefeitura, além de um carro dos bombeiros, ambulância, tratores e caminhões baú.

O terreno, que pertence ao patronato, tem 66 hectares, e aproximadamente 63 casas construídas, sendo que 14 estão ocupadas por 24 adultos e 12 crianças. Moradores tentaram fazer um acordo com a polícia, dizendo que sairiam das casas na condição delas não serem destruída, até que saia a decisão em segunda instância.

Cerca de 20 policiais atuam na ação de reintegração de posse (Foto: Patrícia Belo/G1)

A decoradora Darlene Pereira Laje, que tem uma casa na área, participou de uma reunião com a polícia antes da ação ser iniciada e depois conversou com os demais moradores, pedindo que ninguém entre em conflito com a PM.

“Não perdemos bens materiais, nós perdemos a dignidade. Não temos condições de enfrentar 300 policiais armados. Somos cidadãos de bem. Tentei um acordo com a polícia, para sairmos das casas de forma pacífica, e que em troca eles não derrubassem as casas, porém o Major Renato explicou que isso não depende dele, que ele somente está cumprindo uma ordem. Portanto não vamos atrapalhar o trabalho da polícia”, diz.

Tratores contratados pela prefeitura (Foto: TV Super Canal)

Darlene disse ainda que a desapropriação esta ocorrendo de forma ilegal, já que não houve uma audiência para ouvir os moradores, para tentar um acordo.

“Essa decisão veio de Belo Horizonte, não tivemos uma audiência para ouvir as duas partes, mas mesmo assim hoje não conseguimos derrubar a liminar. Essa desocupação é ilegal. Vamos pedir ao advogado e tentar recorrer dessa decisão”, afirma.

A doméstica Maria das Graças Maia, de 48 anos, acompanhou a ação de reintegração desde as 6h30 da manhã desta quinta-feira.

Nos primeiros momentos a moradora permaneceu tranquila e não reagiu as ordens imposta pela policia, porém quando viu os tratores chegando na área invadida, a doméstica passou mal e teve que ser atendida por uma ambulância que estava no local.

“Só se tem justiça para os ricos. Eu tinha esperança que eles não teriam coragem de destruir a minha casa. Mas quando os tratores chegaram eu tomei conhecimento da realidade e comecei a passar mal. Gastei R$ 30 mil na construção da minha casa, e ainda devo R$ 2 mil. É muito triste”, lamenta.

A doméstica Maria das Graças Maia de 48 anos acompanhou a ação de reintegração (Foto: TV Super Canal)

(Inter TV dos Vales)

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