Aumento de registros de casos de Leishmaniose preocupa a administração Ipatinga

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Secretaria de Saúde havia registrado 19 casos de Leishmaniose Visceral. Seis casos de Leishmaniose Cutânea ou Tegumentar foram contabilizados.

Até a primeira semana do mês de agosto, a Secretaria Municipal de Saúde havia registrado 19 casos de Leishmaniose Visceral (LV) em moradores de Ipatinga. São sete notificações a mais do que o total verificado durante o ano de 2013, com 12 pacientes confirmados.

Segundo informações da Prefeitura Municipal, mais de 500 profissionais, entre médicos, enfermeiros, veterinários e agentes de controle de endemias e de saúde, já foram capacitados para o diagnóstico precoce da doença, orientações sobre manejo ambiental e outras ações.

Também foram adquiridos novos equipamentos de proteção individual para o controle químico do vetor. O município também realiza, gratuitamente, o teste rápido para a leishmaniose em cães, no Centro de Controle de Zoonoses.

Cristiane foi diagnosticada com leishmaniose cutânea ou tegumentar em 2008 (Foto: Inter TV dos Vales)

Doença

A Leishmaniose Visceral é uma doença grave que acomete órgãos internos como baço e fígado de pessoas e animais. Para o ser humano, há tratamento. Mas a eliminação de focos do “mosquito palha”, transmissor da doença, é a melhor forma de proteção.

A Diretora do Departamento de Vigilância em Saúde da Prefeitura de Ipatinga, Telma Semirames, disse que o “mosquito palha”, vetor da doença, diferentemente do vetor da dengue se reproduz na terra, em ambientes sombreados e ricos em matéria orgânica.

“Lixo, folhagem úmida, fezes de animais, resto de comida e até cascas de frutas e legumes, comumente usados como adubo em hortas e jardins, são potenciais focos do inseto transmissor da leishmaniose”, detalha.

A profissional também tira dúvidas sobre os hábitos do “mosquito palha”. “É um inseto minúsculo, mede de 1 a 3 mm que vive bem próximo ao solo, e se esconde nos buracos das árvores. Por isso, é importante esclarecer para a comunidade que medidas como ‘fumacê’, complementares no controle do mosquito da dengue em casos de epidemia, não surtem efeito para o vetor da leishmaniose”, diz.

“Ou seja, é na limpeza diária dos quintais, varandas e ambientes de animais domésticos que a pessoa mantém sua casa livre do mosquito transmissor da doença”, reforça. Em geral, o inseto pica o homem e os animais ao amanhecer ou início da noite.

Cutânea ou Tegumentar

A auxiliar de serviços Cristiane Leal Meireles foi diagnosticada em 2008 com leishmaniose cutânea ou tegumentar. A jovem de 23 anos disse que começaram a aparecer feridas pelo corpo, e que após descartar todas a possibilidades de doença sanguínea, ela procurou um posto médico e descobriu que estava infectada.

“A principio, os médicos acharam que era diabetes ou alguma doença do sangue, mas os exames não acusaram nada. Daí o dermatologista me orientou a procurar um posto de saúde, e fui diagnosticada com leishmaniose cutânea. Comecei o tratamento que durou cerca de seis meses. Foi muito doloroso, porque além das reações dos remédios, a ferida também incomoda muito, solta algumas secreções, e eu só podia usar calças e andar sempre com o machucado tampado”, conta.

Cristiane relata também que acredita que tenha adquirido a doença no Parque Ipanema. Segundo a auxiliar, em 2008, época em que ela foi diagnosticada, ela frequentava muito o parque, e acredita que tenha adquirido a doença nesse período.

“Eu sempre ia ao Parque Ipanema no horário que, segundo os profissionais, tinha muito o mosquito transmissor. Além disso, o mato no local sempre estava muito alto, o que também ajuda na transmissão”, diz.

Segundo informações do Departamento de Vigilância em Saúde da Prefeitura de Ipatinga, somente este ano foram registrado seis casos de Leishmaniose Cutânea ou Tegumentar na cidade.

Leishmaniose Canina

Basta o “mosquito palha” contaminado picar o cão ou pessoas saudáveis para transmitir a leishmaniose. O cão é o potencial hospedeiro da doença nas cidades, e mesmo sadio, pode estar contaminado com o parasito Leishmania. Uma importante medida de prevenção é a testagem periódica de cães para a doença.

Cão é o potencial hospedeiro da doença nas cidades e mesmo sadio, pode estar contaminado com o parasito Leishmania (Foto: JB Reis / Assessoria da Prefeitura)

Basta o “mosquito palha” contaminado picar o cão ou pessoas saudáveis para transmitir a leishmaniose. O cão é o potencial hospedeiro da doença nas cidades, e mesmo sadio, pode estar contaminado com o parasito Leishmania. Uma importante medida de prevenção é a testagem periódica de cães para a doença.

Em Ipatinga, a Prefeitura realiza, gratuitamente, o teste rápido em cães (com coleta de sangue na orelha). Em caso positivo, é feito o exame laboratorial confirmatório. Até junho deste ano foram testados 2.707 cães, sendo 509 confirmados para leishmaniose. Em 2013, com a retomada do serviço, foram realizados 2.587 testes, sendo 455 confirmados. Uma vez contaminado pelo parasito, não há cura para o animal. A conduta recomendada pelo Ministério da Saúde é a eutanásia.

O teste pode ser realizado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 15h30, no Centro de Controle de Zoonoses, no bairro Cidade Nobre. Casos suspeitos de leishmaniose também podem ser comunicados pelo telefone: 3829-8383.

Sintomas no homem

A Leishmaniose Visceral é uma doença não contagiosa, causada por parasito (protozoário Leishmania). Febre acima de 38 graus, associada à perda de apetite, fraqueza, emagrecimento; apatia e palidez e aumento da barriga por crescimento do baço e/ou fígado, são os principais sintomas da doença no homem. Neste caso, é fundamental que a pessoa procure a unidade de saúde mais próxima de sua residência, para fazer o diagnóstico correto.

Dicas de prevenção

– Mantenha o ambiente do cão, o quintal ou varanda, sempre limpos, livres de fezes e acúmulo de restos de alimentos e folhagens. A regra vale para galinheiros e demais ambientes de criação;

– Manter as árvores podadas e a grama e o mato sempre cortados, com retirada de entulhos e lixo;

– Não deixar expostos restos de comida, cascas de frutas e legumes, comumente utilizados como adubo em hortas e jardins.

– Adotar a posse responsável do animal. Não permitindo que o mesmo fique solto pelas ruas.

– Permitir o acesso dos agentes de controle de endemias no domicílio.

(Inter TV dos Vales)

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