A primeira viagem que seria realizada pelo aplicativo Buser, que prevê um custo menor que a passagem convencional por meio de rateio no fretamento de ônibus executivo, foi impedida de seguir viagem, na noite desta sexta-feira (07/07/2017), em Belo Horizonte. Fiscais do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DEER) alegaram que o transporte era feito de forma irregular. O veículo foi parado logo depois da partida, na pista lateral da Avenida Cristiano Machado, e começou a discussão.
O aplicativo reuniu pela primeira vez, na internet, pessoas que queriam viajar para um mesmo destino, no caso, Ipatinga, na Região do Vale do Aço, em Minas Gerais. Depois, ela passou a lista dos interessados para uma agência de turismo, que contratou uma empresa de ônibus. A viagem custou R$ 29,90 por pessoa. O preço da passagem convencional custa em média mais de R$ 70.
“A gente conta quanto custa uma viagem fretada pra atender estas pessoas e faz o rateio da viagem entre estas pessoas. É exatamente o que uma torcida organizada faz quando vai ver um jogo de futebol fora da sua cidade. É a mesma coisa que os romeiros fazem para visitar Aparecida. A gente entende que a gente está correto, a gente está dentro da lei”, disse o co-fundador do Buser, Marcelo Vieira Brita.
O dono do ônibus também afirmou que o veículo estava com os documentos em dia. “Ele (fiscal) alegou que o transporte está irregular, porém a licença foi emitida pelo próprio DEER “, falou.
“Foi um rateio feito entre todos os passageiros. Não teve venda de passagens. Não tenho nenhuma passagem. Não foi feita venda individual, como eles estão alegando”, disse Hélio Oliveira, uma das pessoas que participou do rateio.
Mas o DEER tinha uma ordem judicial impedindo a viagem. O advogado da empresa conversou com os fiscais e eles falaram que tinham ordem judicial.
Com duas horas e meia de impasse, teve gente que preferiu ir embora. Depois de muita conversa entre empresas, polícia e os fiscais do DEER, veio a confirmação de que a viagem não prosseguiria.
Os passageiros compraram passagem no guichê de uma empresa que faz regularmente o trecho, para finalmente embarcar para o Vale do Aço.
Ônibus foi impedido de seguir viagem (Foto: Reprodução/TV Globo)
Em nota, o DEER informou que não permite qualquer modalidade de captação de passageiros que fuja aos regulamentos que encaminham o transporte regular concessionado ou por fretamento. Portanto, ainda segundo o DEER, qualquer forma de busca de passageiros feita por meio de aplicativos serão alvo de fiscalização.
O DEER orientou ainda que os passageiros verifiquem se as empresas estão devidamente autorizadas a cumprir a rota contratada e esclareceu também que nenhuma empresa de fretamento está autorizada a fazer viagens regulares para locais onde já existam linhas licitadas operando.
O Buser informou que vai recorrer da ordem judicial.
Buser
O aplicativo pretende atuar apenas no transporte interestadual, baseado no conceito de economia compartilhada. Ainda de acordo com o Buser, mais de duas mil pessoas se cadastraram, interessadas em fazer as viagens.
Com o rateio do frete, o preço do transporte chega a ser 50% menor que o cobrado pelas empresas convencionais. A princípio, o serviço será realizado entre Belo Horizonte e cidades próximas.
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(Fonte: G1 Minas / MGTV)
