A caixa d’água do Brasil

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Minas Gerais tem uma importância fundamental para o abastecimento de água e fornecimento de energia elétrica no Brasil. Em nosso território nascem algumas das principais bacias hidrográficas e por isso o estado é conhecido como a caixa d’água brasileira. E isso faz muita diferença. As reservas de água doce brasileiras estão entre as maiores do mundo. As águas superficiais geradas em seu território representam cerca de 50% do total dos recursos da América do Sul e 11% dos recursos mundiais.

Pela grande disponibilidade de recursos hídricos no território brasileiro, grande parte da matriz de energia elétrica nacional é composta de hidroeletricidade, com a participação hidráulica superior a 60%. A hidroeletricidade é uma fonte limpa, de baixo custo e dependente de fatores climáticos, que definem períodos de chuva ou estiagem. Como o Brasil possui grandes dimensões territoriais, existem diferenças hidrológicas significativas entre as diversas regiões, ou seja, os períodos secos e os chuvosos não coincidem.

Para aproveitar essa diversidade hidrológica e minimizar os riscos de falhas no abastecimento, o sistema elétrico nacional é interligado, com linhas de transmissão que permitem trocas energéticas entre as diversas regiões do país. Dessa forma, toda a energia produzida pelas usinas é repassada para o Sistema Interligado Nacional que atende a 98,3% do território brasileiro – incluindo todo o estado de Minas Gerais.

Em algumas regiões do Estado, a gestão da água se torna ainda mais importante, como na Usina Hidrelétrica de Três Marias, que enfrentou períodos críticos nos últimos dois anos, especialmente por causa do pequeno volume de chuva que ocorreu na bacia do rio São Francisco. Há dois anos, ao final do período seco, o volume armazenado na represa atingiu apenas 2,57%. No ano passado, o reservatório continuou com níveis bem abaixo do ideal, mas foi feita uma gestão com o intuito de garantir o abastecimento para que não haja prejuízos aos usuários de montante e jusante (abaixo) da usina.

Assim, devemos conscientizar os múltiplos usuários da água de que estamos em um momento de escassez e precisamos redobrar o cuidado e a atenção. Dessa forma, todos precisam estudar a utilização do recurso natural para que ele não falte, principalmente, nos períodos de seca.

Nos últimos anos, a Cemig, em conjunto com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e a Agência Nacional de Águas (ANA), adotou alguns procedimentos para preservar o enchimento das barragens, implementando uma política operativa coerente com o regime de escassez hídrica, como aconteceu na usina de Três Marias.

Apesar das chuvas significativas que tivemos em Minas Gerais em Dezembro, a população não deve esquecer que estamos em um período de condições hidrológicas desfavoráveis, principalmente na região Sudeste, o que torna a gestão da água se torna ainda mais importante. Dessa forma, a conscientização de todos é importante, incluindo os usuários residenciais. Cada gota de desperdício pode fazer a diferença no futuro.

Marcelo de Deus é gerente de Planejamento Energético da Cemig (Divulgação/Cemig)

(Por Marcelo de Deus/Cemig)

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