O período chuvoso, que se estende de outubro a abril, é marcado pelo aumento da incidência de raios. Por esse motivo, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) alerta a população sobre os riscos de acidentes com descargas elétricas, durante as pancadas de chuva comuns nesta época do ano, e ressalta os cuidados durante esses fenômenos climáticos.
Minas Gerais é um dos locais que mais registram a ocorrência de raios por ano. Nos últimos 18 anos, a média anual do Estado é de 935 mil descargas atmosféricas. Somente em 2016, os raios causaram 34.787 interrupções de energia em Minas, sendo 1.113 apenas na Região Central do Estado.
De acordo com o meteorologista da Cemig, Arthur Chaves, o Estado tem características geográficas e meteorológicas que contribuem para a grande incidência de descargas atmosféricas.
“As regiões mais atingidas, como o Sul de Minas, Zona da Mata e Região Central de Minas, incluindo a Região Metropolitana de Belo Horizonte, estão, frequentemente, sob o efeito de fenômenos meteorológicos, como frentes frias e linhas de instabilidade – que provocam as pancadas de chuva fortes e de curta duração que podem causar alagamentos. Outro fator que contribui para a ocorrência de eventos severos é a interação com o relevo, que é bastante complexo nestas regiões”, afirma o meteorologista.
Em Minas Gerais, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Juiz de Fora é historicamente a cidade com maior incidência de raios, com uma densidade de 17,03 descargas por quilômetro quadrado ao ano. Em seguida, vem as cidades de Belmiro Braga e Matias Barbosa, com densidades de 16,74 e 16,63, respectivamente.
Segurança durante tempestades
O engenheiro de Tecnologia e Normalização da Cemig, Demetrio Venicio Aguiar, destaca alguns procedimentos básicos que devem ser adotados durante as tempestades. Segundo o especialista, todos os equipamentos elétricos devem ser retirados das tomadas, evitando riscos de queimar os aparelhos ou até à segurança das pessoas.
“Apesar da rede elétrica possuir dispositivos de proteção contra sobretensões, durante as chuvas o raio pode cair nos fios da rede elétrica e, apesar de remota, existe a possibilidade de chegar às residências por meio da fiação, podendo atingir os aparelhos e até os moradores se estiverem em contato com eles”, destaca.
Outro ponto importante é que, durante períodos de rajadas de ventos e descargas atmosféricas, as antenas de TV podem se desregular. “Se isso acontecer, ninguém deve subir nos telhados para ajustá-las, pelo risco de queda, de choque elétrico e de ser atingido por um raio”, explica o engenheiro da Cemig.
De acordo com o engenheiro, se houver a necessidade de utilizar o telefone durante as tempestades, a melhor opção é o celular, desde que o aparelho não esteja conectado na tomada, ou o telefone sem fio. Também é recomendado evitar a permanência em lajes altas ou locais descampados, jamais se abrigar embaixo de árvores e evitar o uso do chuveiro elétrico.
Demetrio Venicio Aguiar alerta, ainda, para os danos que as descargas elétricas podem provocar no corpo humano. “O raio provoca queimaduras gravíssimas e pode provocar parada cardiorrespiratória, que pode levar a pessoa à morte”, alerta.
O Cemig ressalta que a instalação de um sistema de prevenção contra descargas atmosféricas (SPDA) é fundamental. Vale ressaltar que somente profissionais devidamente treinados e qualificados podem instalar estes sistemas e executar as manutenções periódicas necessárias para o desempenho correto de suas funções.
Uma das ocorrências mais graves em redes de distribuição é o fio partido, que acontece, na maioria das vezes, em dias de eventos climáticos de grande vulto, como tempestades ou ventanias.
“Caso alguém se depare com um cabo partido, é imprescindível que se mantenha distante do local, se possível não permitindo que outras pessoas se aproximem, e ligue imediatamente para o Fale com a Cemig, no telefone 116, que funciona 24 horas por dia.”
Características do estado contribuem para a incidência de raios (Demetrio Aguiar/Divulgação)
(Agência Minas)