Dois suspeitos de envolvimento na morte de uma criança de dois anos, que veio a óbito após ingerir um achocolatado, foram presos, na manhã desta quinta-feira (1º de setembro de 2016), no Centro de Cuiabá, no Mato Grosso. De acordo com informações da Polícia Civil local, o produto consumido pelo menino estava envenenado.
Os detidos são: Adones José Negri, de 61 anos, e Deuel de Rezende Soares, de 27. Conforme a Polícia Civil, o idoso teve a casa invadida e pertences roubados diversas vezes. O criminoso costumava furtar os achocolatados que havia na residência. Por isso, Adones decidiu envenenar os produtos com uma espécie de veneno para ratos com o objetivo de punir o criminoso, caso tivesse a casa invadida novamente.
Deuel, que tem diversas passagens por roubo na região, invadiu a casa de Adones e levou consigo os achocolatados. Mais tarde, ele os vendeu para o pai do menino, que morreu após ingeri-lo. Ao todo eram seis caixinhas do produto que foram envenenados.
Ao ser ouvido pelos investigadores do caso, Adones confessou que havia envenenado os achocolatados. Ainda segundo a PC, a rixa entre os vizinhos é antiga. Deuel, que já respondia por furtos, teria invadido outras duas vezes a casa de Adones para roubar mantimentos e vender na região. Adônis responderá por homicídio e Deuel por furto.
Adones e Deuel foram presos nesta quinta-feira (Divulgação/Polícia Civil do Mato Grosso)
Envenenamento
A criança morreu, no último dia 25, na Policlínica do Coxipó, para onde foi levada com parada cardiorrespiratória. Ele passou mal pouco depois de consumir o achocolatado, da marca mineira Itambé. Desde então, foi aberto um inquérito policial para apurar a causa da morte.
A mãe do menino e um tio também passaram mal após ingerir o produto, mas passam bem. Ao ser ouvida por policiais, a mulher, de 28 anos, disse que o companheiro dela havia conseguido os achocolatados com um vizinho.
Após a morte do menino, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou o recolhimento do lote do achocolatado e também proibiu a comercialização do mesmo por 90 dias em todo o território nacional.
Em nota, a Itambé também se posicionou sobre o caso:
“Em relação ao caso do óbito da criança em Cuiabá e a suposta relação com o consumo do achocolatado, a Itambé esclarece que já realizou análises laboratoriais internas do lote de produção mencionado na notificação, não identificando qualquer problema em sua composição. Em paralelo, outras análises estão sendo feitas em laboratórios externos e no LANAGRO – Laboratório Nacional Agropecuário – do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, cujos laudos serão disponibilizados no decorrer desta semana.
Até o presente momento, diferentemente do divulgado nas redes sociais, não houve qualquer notificação de outros casos similares relativos ao produto em questão, além do mencionado acima em Cuiabá, Mato Grosso.
O achocolatado Itambezinho está no mercado há mais de uma década, e nunca apresentou qualquer problema correlato. A empresa reitera seu compromisso com a qualidade de seus produtos e continua trabalhando com os órgãos oficiais para que os fatos sejam esclarecidos o mais rapidamente possível”.
Após confissão dos suspeitos, qualquer responsabilidade da Itambé foi descartada. A assessoria da empresa diz que não recebeu outras reclamações das 5 milhões de bebidas referentes ao lote citado nas investigações.
Adones e Deuel foram presos nesta quinta-feira (Divulgação/Polícia Civil do Mato Grosso)
(Fonte: Extra/Fabrício Provenzano)