A Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente (Deddica), da Polícia Judiciária Civil do Mato Grosso, instaurou inquérito policial para apurar as causas da morte de uma criança de 2 anos, após ingerir uma bebida achocolatada, em Cuiabá.
A mãe da criança, D.C.S, de 28 anos, informou que seu filho R.C.S.S, de 02 anos, tomou a bebida, por volta das 9 horas da última quinta-feira (25/08), na residência da família, no bairro Parque Cuiabá. Ela contou que o filho estava há dois dias resfriado, soltando coriza pelo nariz, mas sem febre.
Conforme a mãe, o menino pediu algo para comer e, então, deu uma caixinha do achocolatado. Minutos após ingerir o líquido, o menino teria apresentado falta de ar, ficando com o “corpo mole e com princípio de desmaio”. A criança foi levada para atendimento na Policlínica do Coxipó, onde por cerca de uma hora os médicos tentaram reanimá-lo. A criança não resistiu e morreu no local.
A mãe relatou que bebeu um pouco do achocolatado e também passou mal, sentindo tonturas e náuseas, assim como o tio da criança, que chegou a ser encaminhado a uma unidade hospitalar.
A liberação do corpo foi realizada pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), junto ao Serviço de Verificação de Óbito, do Hospital Universitário Julio Müller, na capital.
Perícia
Durante a investigação, a polícia apreendeu cinco caixas do achocolatado da marca Itambezinho, – três fechadas e duas abertas, uma vazia, que seria a ingerida pela vítima. A mãe declarou que ganhou as caixas de um vizinho. O material foi encaminhado para o Laboratório Forense da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), que irá realizar análises do produto e também exames com amostras colhidas da criança em exame de necropsia.
A Polícia Civil aguarda a conclusão do laudo, mas já iniciou os interrogatórios para apurar as circunstâncias do fato, sob coordenação do delegado titular da Deddica, Eduardo Botelho.
Lote suspenso
A Coordenadoria de Vigilância Sanitária do Estado de Mato Grosso solicitou interdição cautelar de todos os produtos Itambezinho Chocolate (sabor chocolate, rico em 10 vitaminas), com data de fabricação em 25/05/2016, validade 21/11/2016 e lote MA 21:18.
A Coordenadoria de Vigilância Sanitária de Mato Grosso esclarece que a interdição cautelar é uma atividade de praxe, preventiva, e utilizada rotineiramente quando existe a suspeita de contaminação ou desvio de qualidade de qualquer tipo de produto de interesse à saúde.
Posicionamento da empresa
Por meio de nota, a empresa Itambé afirmou que já foi notificada em relação ao caso da criança de Cuiabá e está em contato permanente com a Vigilância Sanitária regional e auxiliando na apuração dos fatos.
A assessoria afirma que o lote do produto recolhido saiu da fábrica localizada em Minas Gerais pronto para consumo e que o achocolatado está no mercado há mais de dez anos e nunca apresentou qualquer problema.
Ainda conforme o comunicado, a empresa já disponibilizou as contraprovas para os órgãos oficiais e continuará trabalhando para esclarecimentos do caso.
A Itambé também informa que já realizou análises laboratoriais internas do lote de produção mencionado na notificação e não identificou qualquer problema em sua composição.
Segundo a nota, outras análises “estão sendo feitas em laboratórios externos e no LANAGRO – Laboratório Nacional Agropecuário – do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, cujos laudos serão disponibilizados no decorrer desta semana”.
Boatos em redes sociais
Circulam pelas redes sociais boatos que uma outra criança e um adulto também teriam morrido após o consumo do produto. Porém, a polícia e a empresa afirmam que nenhuma outra denúncia foi realizada. “Até o presente momento, diferentemente do divulgado nas redes sociais, não houve qualquer notificação de outros casos similares relativos ao produto em questão, além do mencionado em Cuiabá”, diz o comunicado da Itambé.
(Fonte: Polícia Civil do Mato Grosso / O Tempo)