Se a eleição em Belo Horizonte está difícil, com 11 candidatos disputando a vaga de prefeito, a mais pulverizada nos últimos 20 anos, em 16 cidades de Minas está faltando concorrência. É que nesses pequenos municípios apenas um candidato se inscreveu para disputar os votos dos eleitores. Eles engrossam as 2.404 candidaturas a prefeito que aguardam o deferimento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Em Comendador Gomes, no Triângulo Mineiro, o único a disputar a preferência é o produtor agropecuário Jerônimo Santana Neto (PMDB). Em Espírito Santo Dourado, Sul de Minas, a bola da vez é o professor Adalto Leal (PR). Também estão entre os 16 solitários candidatos o empresário Zé do Mercado, em Carrancas, Sul de Minas; o odontólogo Samuel Alves de Matos, de Vargem Bonita, Centro-Oeste; e o prefeito de Jequitibá, na Região Central do estado, Humberto Fernando Campelo Reis. Os três são do PMDB.
Do PSDB, concorrem sozinhos o motorista Sebastião Machado em Maripá de Minas, Zona da Mata; o prefeito Mário César, de Carmésia, Vale do Rio Doce; e Edgar José de Lima, em Guarda-Mor, no Noroeste. Também faltará opção para os eleitores de Ninheira e Gameleiras, ambas na Região Norte, onde concorrem os empresários Gilmar Ferraz (PDT) e Gilmar de Miguelim (PT). Em Doresópolis, no Alto Paranaíba, o candidato é Eliton Luiz Moreira, o comerciante Elinho (PPS).
Concorrem sozinhos ainda: o comerciante Reginaldo Barbosa Gonçalves (PV), em Porto Firme, Zona da Mata; o técnico em agronomia Nei do Jorginho (PSB), em Bom Jesus da Penha, no Sul de Minas; o prefeito de Inimutaba, na Região Central, Rafael Dotti de Carvalho (PR); o servidor público Mauro de Moreno (PP), em Machacalis, no Vale do Mucuri; e o técnico em contabilidade Elias tassoti (PTB), em Divisa Nova, no Sul.
CÂMARAS Por outro lado, não está fácil para ninguém assentar em uma das 41 cadeiras da Câmara Municipal de Belo Horizonte a partir do ano que vem. A disputa, que sempre foi muito acirrada, está ainda mais concorrida: são 1.432 pessoas tentando, o que dá uma média de 34,93 por vaga. Na eleição de 2012, se registraram na capital mineira 1.287 candidatos e a proporção era de 31,9 por um. A concorrência é bem maior do que as médias de Minas Gerais, de 8,56, e nacional, com 7,86 candidatos por vaga.
Até mesmo em relação aos outros maiores municípios do estado, o nível de dificuldade em BH é superior. Em Uberlândia, no Triângulo, e em Juiz de Fora, na Zona da Mata, os números de candidatos por vaga são respectivamente de 25,11 e 21,79. Na Região Metropolitana de BH, Contagem tem 25,95 inscritos por cadeira e em Betim são 23,49.
Se forem observados as pequenas cidades então, há um abismo de distância. Em solo mineiro, na menor cidade em número de habitantes, Serra da Saudade (Centro-Oeste), são 17 candidatos para nove vagas, apenas 1,89 concorrentes por cadeira. Em outro dos menores municípios, Cedro do Abaeté, no Cnetro-Oeste, são 22 concorrentes para nove cadeiras, ou 2,44 por vaga.
PROFISSÕES Entre as estatísticas disponíveis na Justiça Eleitoral também está a divisão por profissões dos candidatos. A maioria de 13,9 mil inscritos optou pelo campo “outros”, sem detalhar com o que trabalha. Em Minas Gerais, a maioria dos que informaram a profissão, 5,3 mil, é de comerciantes. Na sequência aparecem 5,3 mil servidores municipais, 4,9 mil donas de casas e 3,5 mil vereadores.
Quanto à escolaridade, 33% dos pedidos de registro são de candidatos com ensino médio completo. Outros 22,5% declararam ter ensino fundamental incompleto e 16,2%, curso superior completo. Entre os candidatos mineiros, 15,7% têm ensino fundamental completo e 5,5% ensino médio incompleto. O curso superior está incompleto para 3,5% dos inscritos. Uma minoria de 3,3% apenas lê e escreve.
Cidades com candidatos únicos a prefeito:
– Comendador Gomes
– Espírito Santo do Dourado
– Carrancas
– Vargem Bonita
– Maripá de Minas
– Carmésia
– Ninheira
– Jequitibá
– Gameleiras
– Doresópolis
– Porto firme
– Bom Jesus da Penha
– Inimutaba
– Guarda-Mor
– Machacalis
– Divisa Nova
(Fonte: Estado de Minas)