Minas Gerais é o terceiro maior produtor nacional de bananas, com produção estimada de 839 mil toneladas para este ano de acordo com o IBGE. Desde 2005 não tem registros de sigatoka negra, uma praga que acomete as plantações, trazendo prejuízos para as lavouras e para os produtores rurais.
Para manter esta condição o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realiza uma série de ações preventivas relacionadas à entrada em Minas de carregamentos de banana procedentes de outros estados.
A ação mais recente, implementada a partir deste mês, refere-se à intensificação da fiscalização, nas barreiras sanitárias, dos documentos que acompanham os carregamentos de vegetais, as chamadas Permissão de Trânsito Vegetal (PTVs).
Desde o início de agosto estas guias deverão trazer expressamente a informação de que aquela mercadoria, caso seja procedente de um estado onde foi detectado foco da doença, é oriunda de propriedade que adotou o sistema de mitigação de riscos para sigatoka negra do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O reforço na fiscalização deve-se ao registro recente de casos da doença em plantações da Bahia e do Espírito Santo.
Instituto Mineiro de Agropecuária realiza ações preventivas relacionadas à entrada em Minas de carregamentos de banana de outros estados (Foto: Divulgação/IMA)
Ações preventivas
O engenheiro agrônomo da Gerência de Defesa Vegetal (GDV) do IMA, Leonardo Henrique Martins do Carmo, explica que até então as PTVs que acompanhavam os carregamentos de banana procedentes destes dois estados traziam a informação de que pertenciam a áreas livres da doença.
A partir dos registros de focos da praga e da revogação do status de área livre pelo Mapa, agora as PTVs que acompanham a produção de banana do ES e BA deverão, obrigatoriamente, informar que originam de propriedades que adotaram ações de manejo fitossanitário para diminuir o risco de surgimento da doença.
Leonardo do Carmo ressalta que esta é mais uma ação preventiva realizada pelo IMA para proteger as plantações mineiras de banana. Ele explica que o instituto já realiza trimestralmente os levantamentos fitossanitários nas regiões consideradas áreas livres de sigatoka negra no estado, incluindo propriedades rurais e urbanas.
“Este levantamento consiste na coleta de amostras de folhas de bananeira nestas plantações, as quais são encaminhadas para análise no Laboratório de Química Agrícola (LQA) do IMA. Os resultados comprovando a não ocorrência da doença são enviados ao Mapa a cada três meses”, informa.
O engenheiro agrônomo explica que os demais municípios mineiros não pertencentes às áreas livres poderão comercializar a produção para os demais estados da federação devendo, para tanto, cadastrar as propriedades no Sistema de Mitigação de Risco (SMR) junto ao IMA.
Leonardo do Carmo relata que o IMA realiza também a fiscalização das cargas e respectivos documentos sanitários nas 16 barreiras sanitárias do Instituto, localizadas em pontos estratégicos nas regiões de fronteira de Minas Gerais e na região central do estado, além de outras duas instaladas nos entrepostos da Ceasa em Contagem e Juiz Fora.
A maior parte da produção de bananas em Minas está concentrada na região Norte do estado, nos municípios de Jaíba, Nova Porteirinha, Janaúba e Matias Cardoso. Delfinópolis, no Sul de Minas, também está entre os cinco maiores produtores, de acordo com dados do IBGE e da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
O diretor-geral do IMA, Marcílio de Sousa Magalhães, ressalta a importância das ações de vigilância permanente realizadas pelo Instituto relacionadas não apenas à prevenção contra a sigatoka negra, mas a todas que têm o objetivo de proteger as lavouras mineiras como um todo. “Minas é um importante celeiro agrícola do Brasil e os trabalhos de defesa sanitária vegetal são importantes para garantir o status de Minas como fornecedor de alimentos para o país”. (Agência Minas)