Portugal é campeão da Europa 2016

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O cenário parecia perfeito para uma festa francesa, com estádio lotado, geração talentosa em campo e um rival sem o seu melhor jogador desde os 15 minutos do primeiro tempo. O que os franceses não contavam, no entanto, era com o atacante Éder, que atua no Lille. Coadjuvante durante toda a campanha portuguesa, ele fez um belo gol no segundo tempo da prorrogação, calou o Stade de France e sacramentou a vitória por 1 a 0 de Portugal sobre a França, neste domingo (10/7).

Foi a primeira conquista portuguesa na Eurocopa, coroando, apesar da ausência na decisão, a participação de Cristiano Ronaldo com o seu país. Chorando copiosamente com a conquista, ele agora celebra um patamar não alcançado por nenhum outro atleta português na sua história. Os franceses, por sua vez, desperdiçam a chance de serem tricampeões e perdem um torneio em casa pela primeira vez. Antes, haviam vencido a Euro de 1984 e a Copa de 1998, essa sobre o Brasil, com um 3 a 0 na final.

Cristiano Ronaldo levanta a taça da Eurocopa 2016 (Foto: Francisco Leong/AFP)

Aplausos e choro de Ronaldo roubam a cena

A etapa inicial da decisão não reservou muitas emoções aos presentes no estádio de Saint-Denis. Apesar da linda festa na execução dos hinos de França e Portugal, o mais interessante passou longe de acontecer com a bola rolando.

O primeiro lance de perigo saiu aos dez minutos, dos pés de Griezmann. O atacante do Atlético de Madrid recebeu lançamento na entrada da área e tentou surpreender com um toque de cabeça por cobertura, exigindo grande defesa de Rui Patrício, no ângulo direito. No escanteio batido na sequência, Giroud subiu mais alto que a zaga, mas o arqueiro fez defesa tranquila.

Os holofotes, no entanto, voltaram-se rapidamente para Cristiano Ronaldo, que Após dez minutos se arrastando em campo por conta de uma trombada com Payet, Cristiano saiu de campo aplaudido de pé tanto por franceses quanto por portugueses, chorando muito na maca. Quaresma entrou no seu lugar.

Por incrível que pareça, os portugueses melhoraram sem seu astro, diminuindo bastante a pressão adversária e conseguindo segurar a bola no campo de ataque. Tanto que, até o intervalo, a única chance saiu com o volante Sissoko, o melhor dos primeiros 45 minutos, que recebeu bom passe de Payet já dentro da área, girou com facilidade sobre a marcação de Cédric e chutou forte para outra boa defesa do goleiro português.

Jogo melhora e França bate na trave

No começo do segundo tempo, o duelo continuou cercado de bastante tensão e poucos lances de perigo. Os primeiros 20 minutos passaram no mesmo roteiro da primeira etapa, com os portugueses marcando muito forte na entrada da área e os franceses mostrando bastante dificuldade.

O panorama mudou quando o técnico Didier Deschamps tirou de campo Payet, um dos xodós da torcida, e promoveu a entrada do jovem Coman. Rápido, o jogador do Bayern de Munique conseguiu criar bons lances pelo lado esquerdo e colocou companheiros na cara do gol.

O primeiro foi Griezmann, aos 20, que cabeceou livre dentro da área, mas mandou para fora. Dez minutos depois, Giroud recebeu passe rasteiro pelo lado esquerdo da área e chutou cruzado para boa defesa de Rui Patrício. Foi o último lance do centroavante, que deu lugar a Gignac na sequência.

Bem postado defensivamente, Portugal ainda se arriscou no ataque, já com Éder na função de centroavante, com Nani e Quaresma abertos pelos lados. E foi exatamente dos dois jogadores de lado que saiu o único lance de perigo, quando Nani cruzou fechado da direita, Lloris soltou e Quaresma virou uma bicicleta, exigindo boa recuperação do goleiro francês.

O principal lance de perigo, no entanto, ficou para os acréscimos. Gignac recebeu cruzamento quase dentro da pequena área. Com categoria, protegeu e girou para cima de Pepe, deixando o zagueiro do Real Madrid no chão. Na hora de finalizar, porém, carimbou a trave.

Herói improvável

O primeiro tempo da prorrogação foi de mais estudo que qualquer outra coisa, deixando tudo de melhor reservado para a parte final. E foi logo com quatro minutos que os portugueses vieram à forra. Um minuto depois de Raphael bater falta no travessão, Éder ganhou lance de Koscielny na intermediária, girou e bateu forte, rasteiro, sem chances de defesa para Lloris.

A partir dali, os portugueses conseguiram anular praticamente todas as alternativas dos anfitriões, totalmente perdidos por conta das desvantagens. Com Cristiano Ronaldo de auxiliar técnico, a taça foi mesmo para as mãos portuguesas.

Portugal se supera sem o astro Cristiano Ronaldo (Foto: Valery Hache/AFP)

PORTUGAL 1 X 0 FRANÇA

Local: Stade de France, em Paris (França)
Data: 10 de julho de 2016 (Domingo)
Árbitro: Mark Clattenburg (Inglaterra)
Assistentes: Simon Beck (Inglaterra) e Jake Collin (Inglaterra)
Cartões amarelos: Cédric, João Mário, Raphael, William e Rui Patrício (Portugal); Umtiti, Matuidi, Koscielny e Pogba (França)
Gols: Éder, aos quatro minutos do segundo tempo da prorrogação

Portugal: Rui Patrício, Cédric, Pepe, José Fonte e Raphael Guerreiro; Willian Carvalho, João Mário, Adrien Silva (João Moutinho) e Renato Sanches (Éder); Nani e Cristiano Ronaldo (Quaresma). Técnico: Fernando Santos

França: Lloris; Sagna, Koscielny, Umtiti e Evra; Matuidi, Pogba, Sissoko (Martial) e Payet (Coman); Griezmann e Giroud (Gignac). Técnico: Didier Deschamp

(Fonte: Gazeta Press / Super Esportes)

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