As baixas temperaturas, em algumas regiões atingindo até mesmo graus negativos, e o clima seco chegaram mais cedo esse ano e com eles os “famosos” problemas de saúde, como respiratórios, de pele, etc. Contudo, diante dessa realidade e com a proximidade do inverno, no próximo dia 21 de junho, vale lembrar que os olhos também merecem atenção.
Dentre os problemas oculares de maior incidência nesse período, o mais comum é a Síndrome do Olho Seco. “Com a diminuição da umidade relativa do ar, que fica bem abaixo de 60% nessa estação, os olhos tendem a ficar mais ressecados gerando, assim, uma sensação de areia, ardor, queimação, olhos vermelhos, lacrimejamento excessivo ou embaçamento”, diz Dr. Marcus Sáfady, membro da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO) e Consultor do Instituto Varilux da Visão. Isto ocorre por uma deficiência do organismo em produzir lágrima, substância indispensável para o bom funcionamento da visão, uma vez que é o mecanismo natural para proteger a superfície ocular de infecções, sujeira e poeira. Além disso, deixa a córnea mais estável, o que torna a visão mais nítida e sem distorções.
De acordo com o oftalmologista, o clima seco aliado ao sol, poluição e exposição constante ao computador são alguns dos fatores que aumentam a incidência da síndrome. “Quando olhamos para o computador, por exemplo, temos a tendência de piscar com menos frequência do que o normal, causando menos lubrificação dos olhos e consequentemente o seu ressecamento”, explica, acrescentando que nesta época os casos de conjuntivites (alérgicas ou virais) aumentam.
A conjuntivite viral, por exemplo, pode ser causada também devido à diminuição da umidade relativa do ar, quando os olhos tendem a ficar mais ressecados. “Na maior parte dos casos, a contaminação acontece primeiro em um olho e depois passa para o outro. Normalmente, no primeiro olho é onde os sinais e os sintomas são mais intensos. A forma de transmissão do vírus é muito rápida, ou seja, basta uma infecção na conjuntiva e a devida manipulação da lágrima ou da secreção com a mão, por parte do portador, e logo a seguir manusear alguma superfície ou até mesmo cumprimentar outra pessoa saudável, para que a doença alcance grande chance de ser propagada”, esclarece Sáfady.
Apesar de não ser contagiosa, diferente da conjuntivite viral, a conjuntivite alérgica apresenta consequências preocupantes, caso não receba a devida atenção e tratamento, já que a inflamação atinge a membrana transparente que recobre toda a conjuntiva (parte branca do olho). “Coceira intensa ou ardência nos olhos, pálpebras inchadas, especialmente na parte da manhã, lacrimejamento, vermelhidão e secreção viscosa, são os sintomas mais aparentes”, diz o oftalmologista.
Como prevenir?
Para evitar e amenizar os efeitos do Olho Seco, o médico indica o uso de um lubrificante ocular que deve ser indicado pelo próprio oftalmologista, além de um umidificador em casa e, se possível, no trabalho para ajudar a elevar a umidade do ar. Sugere ainda, beber muita água diariamente, evitar ao máximo o ar condicionado, ingerir alimentos ricos em vitaminas A, E e Ômega 3 e piscar mais vezes diante do computador. “A média ideal é piscar de 6 a 10 vezes por minuto”, alerta o médico, acrescentando que o uso dos óculos de sol também é fundamental.
Para aliviar os sintomas da Conjuntivite viral, o oftalmologista indica compressas com água fria. “Produtos como antibióticos também podem ser receitados em casos de conjuntivites infecciosas”, esclarece Sáfady. Contudo a melhor forma de prevenção da doença é se afastando da pessoa contaminada. Evite abraços, beijos ou utilizar os mesmos objetos que este indivíduo tenha contato. O uso do álcool gel é bastante apropriado para evitar a contaminação. Já para se evitar a Conjuntivite alérgica é essencial lavar as mãos e o rosto depois de andar na rua e nunca coçar os olhos com as mãos sujas.
O consultor do Instituto Varilux da Visão alerta ainda que é preciso conscientizar as pessoas da proteção dos olhos com óculos escuros, principalmente com lentes polarizadas. Isso porque as mesmas possuem um filtro polarizado com proteção UV que filtram totalmente o ofuscamento ocasionado pela luz branca e intensa do sol quando refletida em uma superfície. “O cuidado com os horários de exposição ao sol devem ser permanentes, já que os raios UV estão presentes o ano todo e passam através da córnea, agredindo a retina e o cristalino”, conclui Sáfady, ressaltando que caso seja detectado qualquer problema deve-se procurar um oftalmologista. (Carolina Queiroga)