Polícia investiga se estuprador de Buenópolis usou coração de criança em ritual de magia negra

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A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) investiga se o caso de Raiane Aparecida, de 10 anos, encontrada morta e com sinais de violência sexual na zona rural de Buenópolis (MG) tem relação com rituais de magia negra. A suspeita surgiu depois que a perícia apontou que o corpo da menina foi encontrado sem o coração. Jairo Lopes, considerado o principal suspeito do crime, foi preso na quarta-feira (7/6) em uma fazenda no município Joaquim Felício (MG).

“Inicialmente ele alega que o coração seria para fazer uma espécie de simpatia para que chovesse no local. Possivelmente guardou o coração perto da casa da própria menina, já que ele diz que enterrou, por isso vamos apurar se ele faz parte de alguma seita de cunho macabro. É uma pessoa fria, embora tenha chorado não demonstrou arrependimento.”, explicou o delegado Vitor Amaro.

Segundo as investigações, outra vítima de abuso sexual também foi encontrada morta e sem o coração na região de Bocaiuva (MG), município localizado perto de onde Jairo Lopes morou. A relação dele com o crime também será apurada, já que ele confessou envolvimento em outros dois estupros, dois homicídios e dois roubos. O homem estava foragido de um presídio de Montes Claros (MG) desde 2012, ele teve direito ao benefício da saída temporária do Dia das Mães e não retornou.

Ao ser ouvido, Jairo Lopes negou ter assassinado Raiane, mas apresentou várias contradições durante o depoimento. “Na quarta, que a menina foi assassinada, ele fala que foi trabalhar, mas nós entrevistamos a possível pessoa para com quem ele teria trabalhado e ele não trabalhou. Na quinta, a esposa dele saiu de casa e voltou junto com ele, após ele ter cometido o crime, ele fala que a esposa dele o tempo todo estava lá. Ele não consegue explicar o fato da bota ter uma gotícula de sangue, não explica a presença de sangue na faca [apreendida]. Com a série de detalhes que conseguimos apurar, ele não teve outra saída a não ser confessar”, falou.

Em um primeiro momento, Jairo Lopes disse para a polícia que teve informações de que o pai de Raiane teria uma grande quantia de dinheiro em casa, por isso ele iria usar a menina para chantagear a família. Ainda durante o depoimento, ele mudou a versão e afirmou que o objetivo era abusar sexualmente da criança, como ela iria contar para os familiares, decidiu matá-la.

Jairo levou os policiais no ponto onde poderia estar o coração (Foto: Valdivan Veloso/G1)

Buscas por coração da criança

Nessa quinta-feira (9/6) a polícia realizou buscas no local onde o corpo da criança foi encontrado. Os trabalhos foram feitos para tentar localizar o coração da vítima e ainda uma corda que Jairo Lopes diz ter usado para enforca-la.

O local é de mata fechada e de difícil acesso. O criminoso foi levado para mostrar onde teria deixado o órgão, mas a todo o momento ele dava informações controversas sobre a localização. O suspeito foi levado ainda na residência onde ele residia após afirmar que lá ele encontraria a corda usada no crime.

Segundo a Polícia Civil, apesar de não terem encontrado o órgão e nem a corda, durante a ação foram colhidas informações que podem indicar a participação de outras pessoas no crime. “Nós não descartamos nenhuma linha de investigação. Mesmo que o Jairo tenha confessado o crime, nós não podemos descartar nenhuma informação que possa revelar uma coautoria”, explica o escrivão Jair Dias Gomes.

Ainda durante as buscas, Jairo afirmou aos investigadores que estava observando os passos de Raiane há pelo menos dois dias antes do crime. O delegado responsável pelas investigações, Vitor Amaro, afirma que o resultado da perícia deve ficar pronto em 30 dias; neste período o pedido de reconstituição não será descartado.

“Vamos esperar o Jairo se recuperar as condições físicas. Aqui foi realizada apenas uma diligência para tentarmos encontrar o coração e possivelmente vamos pedir a reconstituição do crime”, diz.

O delegado diz também que as investigações buscam descobrir os motivos que levaram o suspeito a cometer o crime. “Ainda não sabemos o porque ele fez isso, mas durante o depoimento ele afirmou que matou a garota para ela não depor contra ele sobre o estupro”, completa o delegado.

Criminoso foi preso na zona rural de Joaquim Felício (Foto: Divulgação / PMMG)

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(Fonte: G1 Grande Minas / Repórteres: Michelly Oda e Valdivan Veloso)

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