Morreu na madrugada desta segunda-feira, 6 de junho, aos 85 anos, o ex-governador de Minas Gerais e ex-prefeito de Belo Horizonte, Hélio Garcia. Ele estava internado desde 28 de maio no Hospital da Unimed, onde fazia tratamento contra uma embolia pulmonar.
Nascido em 16 de março de 1931, Hélio Garcia foi prefeito de Belo Horizonte entre 1983 e 1984, ano em que foi eleito governador de Minas Gerais para mandato até 1987. Em 1991 foi novamente eleito governador do estado, para um mandato que durou até 1995, quando foi sucedido por Eduardo Azeredo (PSDB).
Garcia teve passagens por seis partidos: UDN, Arena, PP, PMDB, PRS e PTB. Foi um dos principais articuladores para a formação da Aliança Democrática, uma coligação que envolveu o PMDB e a Frente Liberal, que na época era uma dissidência que agrupava integrantes do PDS e da antiga Arena, e que posteriormente formou o PFL e, mais recentemente o DEM. Foi a partir da Aliança Democrática que a candidatura de Tancredo Neves se consolidou.
Por meio de nota, o Hospital Unimed informou que o ex-governador deu entrada na Unidade Contorno no último dia 28, com “quadro de pneumonia comunitária grave, vindo a falecer em 6 de junho, em decorrência de insuficiência respiratória”.
O governador Fernando Pimentel lamentou a morte do político. “Foi com profundo pesar que recebi a notícia do falecimento do ex-governador Hélio Garcia. Homem público com uma trajetória de inestimáveis serviços prestados ao Estado e ao país, Hélio Garcia era uma das mais importantes referências da política mineira. Minas perde uma liderança que sempre se pautou pela sensatez, serenidade e espírito democrático”.
O velório do ex-governador ocorrerá no Cemitério e Crematório Parque da Colina, no bairro Nova Cintra, na capital mineira, nesta segunda-feira, 6 de junho de 2016, a partir das 14h. A cerimônia de cremação está prevista para as 17h.
Ex-governador de Minas Gerais, Hélio Garcia (Foto: Omar Freire/Imprensa MG)
Hélio de Carvalho Garcia
Hélio de Carvalho Garcia (1º mandato: 14/08/1984 a 15/03/1987 e 2º mandato: 15/03/1991 a 01/01/1995)
Natural de Santo Antônio do Amparo (MG), nasceu em 16 de março de 1931. Filho de Júlio Garcia e Carmelita Carvalho Garcia
Formação: Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais
Atividades
> Advogado – 1958
> Deputado Estadual – 1963
> Deputado Federal – 1971
> Presidente da Caixa Econômica de Minas Gerais – 1975
> Vice-governador – 1983 a 1984
> Governador – 1984 a 1985 e 1991 a 1994
> Prefeito de Belo Horizonte – 1983 a 1984
Trajetória
O jovem garoto de poucas palavras e de pensamentos complexos formou-se em Direito em 1957 e se viu à frente da política logo cedo. Com 32 anos, elegeu-se deputado estadual. Era conhecido por pensar demais e não saber expressar-se muito bem. Antes de tomar qualquer decisão, Garcia mergulhava-se em seus pensamentos e analisava tudo a sua volta. Quando a decisão estava tomada, ele comunicava aos seus correligionários e cabia a eles a interpretação de suas idéias.
Sua carreira política foi interrompida três vezes, em todas as ocasiões, ele abandonou a vida pública para recolher-se na sua fazenda “Santa Clara”, em Santo Antônio do Amparo. A primeira vez que esse fato ocorreu foi após ter concluído seu mandato como deputado federal, em 1971. Garcia passou quatro anos enclausurado em seu recinto natural, até que em 1975 voltou e presidiu a Caixa Econômica de Minas Gerais. Em 1982, elegeu-se vice-governador, chapa de Tancredo Neves. No ano seguinte, Tancredo nomeou Garcia para acumular o cargo de vice-governador e de prefeito de Belo Horizonte. Deixou o governo em 1988 para descansar novamente em seu “refúgio espiritual” de 2 mil hectares, onde passou os últimos dois anos desfrutando os encantos de sua fazenda “Santa Clara”.
O fazendeiro voltou para a política em 1990 e ganhou o Governo de Minas. Ao final do mandato, voltou novamente para sua fazenda, onde ficou mais quatro anos em silêncio. Em 1998, decidiu tentar uma vaga ao Senado, mas desistiu no início da campanha ao perceber que estava sendo traído por antigos aliados. Retornou à fazenda e abandonou o cenário político.
A partir de 2004, Garcia começou a apresentar problemas de saúde, como má circulação que ocasionava dores nas pernas e dificuldades de locomoção, inflamação dos pulmões e lapsos de consciência. Esses e outros problemas se agravaram nos últimos anos. Atualmente o ex-governador apresenta dificuldades em reconhecer pessoas próximas e raramente deixa sua fazenda em Santo Antônio do Amparo.
(Fonte: Agência Brasil / Agência Minas)