Minas Gerais recebeu na quinta-feira (26/5) o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como área livre de Peste Suína Clássica (PSC). O reconhecimento aconteceu durante a 84ª Sessão Geral da Assembleia Mundial de Delegados da OIE, realizada em Paris, na França. Outros 13 estados brasileiros e o Distrito Federal também receberam o mesmo status da Organização.
Minas Gerais já era reconhecida desde 2001 como área livre de PSC pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O estado tem o quarto maior plantel de suínos do Brasil, com 5,2 milhões de animais e 32 Granjas de Reprodutores de Suínos Certificadas (GRSC). Outro indicador importante é o primeiro lugar ocupado pelo estado como maior exportador de genética de suínos para o mercado doméstico.
A concessão do status de área livre contribuirá para que Minas amplie sua fatia de participação no mercado internacional, ampliando as vendas de carne suína para outros países. Atualmente, Minas e Brasil já são exportadores deste produto.
Minas Gerais exporta principalmente para Hong Kong, para onde vão 79,4% do volume exportado, seguido de Angola (9,6%) e Uruguai (6,8%). Em 2014, o estado exportou 42 mil toneladas, com receita bruta de U$ 156, 8 milhões.
Vigilância permanente
Para conquistar o status de área livre de PSC o serviço de defesa sanitária animal do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) adotou junto aos produtores e granjas uma série de procedimentos de forma a comprovar o funcionamento correto do sistema de vigilância da doença em Minas. Entre as diversas ações realizadas pelo instituto estão a coleta periódica de soro de reprodutores em frigoríficos, no intuito de identificar a existência do vírus da doença em animais e o atendimento imediato pelo IMA às notificações de suspeita de animais com PSC.
A coordenadora estadual do Programa de Sanidade Suídea do IMA, Júnia Mafra, diz que, nesse rol de ações, mais recentemente o instituto estabeleceu a obrigatoriedade das granjas adotarem o boletim sanitário que acompanha os lotes de suínos enviados aos frigoríficos de abate sob inspeção do IMA. Ela explica que o boletim é um documento onde estão registradas informações importantes sobre a sanidade dos animais pertencentes a cada lote de suínos enviado aos frigoríficos. São informações que incluem, entre outros, possíveis sinais clínicos de doenças verificadas nos animais, incluindo aí a PSC.
Júnia Mafra enfatiza que terá continuidade o trabalho realizado pelo IMA de vigilância ativa e de qualidade de suídeos de Minas. “O estado possui destaque no setor e nossa missão é garantir que amplie, cada vez mais, as vendas de carne suína e seus derivados tanto no mercado interno como no exterior”, diz. Os últimos casos de peste suína clássica foram registrados no Brasil em agosto de 2009 no Amapá, Pará e Rio Grande do Norte.
Com a classificação da OIE, estado poderá ampliar exportações (IMA/Divulgação)
(Agência Minas)