O terceiro dia do Tour da Tocha por Minas Gerais começou em Varjão de Minas e passou por Pirapora, no Norte do estado, nesta segunda-feira (9/5). Na cidade ribeirinha, que fica às margens do Rio São Francisco, a cerimônia de passagem da chama olímpica foi marcada por apresentações culturais que remetem à cultura barranqueira e à rica identidade do povo piraporense.
A festividade aconteceu sobre o maior patrimônio histórico-cultural do município, o Vapor Benjamim Guimarães. A embarcação chegou ao município na década de 1920, após ter sido utilizada no Rio Mississipi, nos Estados Unidos, e em navegações na Amazônia. O barco é o único de seu gênero – movido a vapor de lenha – em atividade do mundo.
O comandante do Benjamim Guimarães desde 2008, Manoel Mariano da Cunha, de 87 anos, era o convidado especial para a cerimônia. Com mais de 40 anos de experiência e especialista em vapores – já conduziu outras embarcações que não existem mais -, ele já viajou em vários rios e mares. Mas, nenhum local é mais especial do que o Velho Chico.
“Já naveguei por mais de 300 quilômetros deste belo rio. Tenho uma história com o Benjamim Guimarães e, hoje, estou vivendo o dia mais importante no comando dele”, destacou.
E foi a bordo do barco que o comandante Manoel recebeu a tocha olímpica. A chama chegou ao Cais da Marinha conduzida por Luís Henrique Pereira dos Santos, piraporense e ex-jogador da Seleção Brasileira de Futebol, que foi ovacionado pelo público ao levar o símbolo olímpico até o Benjamin Guimarães.
Pirapora também presenteia a população local e os turistas com pratos típicos à base de peixes e inúmeras belezas naturais. O Balneário das Duchas, a Ilha do Peixe e a Praia do Areão proporcionam um refrescante banho nas corredeiras. Os locais também são procurados para a prática de esportes, entre eles futevôlei, vôlei de praia, peteca, futebol de areia, canoagem e rafting.
Sobre o Velho Chico, ligação entre as cidades de Pirapora e Buritizeiro, também está um dos principais cartões-postais da região: a Ponte Férrea Marechal Hermes, a primeira construída acima do rio. Inaugurada em novembro de 1922, com 694 metros de extensão, a obra de engenharia destaca-se pelo estilo rústico. Foi fabricada na Bélgica e até o final da década de 1960 era utilizada pela Rede Ferroviária Federal.
A festividade em Pirapora aconteceu sobre o maior patrimônio histórico-cultural do município, o Vapor Benjamim Guimarães (Foto: Marcelo Sant’Anna/Imprensa MG)
Norte de Minas
Nesta segunda-feira (9/5), o Tour da Tocha percorre o mais longo trecho do revezamento em solo mineiro. De Patos de Minas a Montes Claros, são mais de 480 quilômetros de estrada. O extenso trajeto leva o comboio olímpico ao Norte de Minas, região que cresceu influenciada pelas riquezas do cerrado e do Rio São Francisco. A flora típica da região e o Velho Chico formam a díade que, até hoje, marca várias gerações de mineiros.
Para vencer o longo percurso em apenas um dia, a caravana olímpica amanheceu na pacata Varjão de Minas. Fora o período festivo, a pequena cidade mantém o característico clima bucólico, cenário ideal para o turismo contemplativo e rural. De lá, pé na estrada em direção ao Norte de Minas, tendo Pirapora como a primeira parada, dando um gostinho do que está por vir.
Ao entardecer o comboio chega a Montes Claros, local mais indicado para saborear as delícias do cerrado mineiro (rapadura batida, queijo fresco, doces, farinha de mandioca, biscoitos, requeijão, carne de sol, cachaça e os derivados do pequi) e onde vai ser realizado o evento de celebração do dia.
A festividade em Pirapora aconteceu sobre o maior patrimônio histórico-cultural do município, o Vapor Benjamim Guimarães (Foto: Marcelo Sant’Anna/Imprensa MG)
A festividade em Pirapora aconteceu sobre o maior patrimônio histórico-cultural do município, o Vapor Benjamim Guimarães (Foto: Marcelo Sant’Anna/Imprensa MG)
A festividade em Pirapora aconteceu sobre o maior patrimônio histórico-cultural do município, o Vapor Benjamim Guimarães (Foto: Marcelo Sant’Anna/Imprensa MG)
(Agência Minas)