“Não há razão jurídica para a prisão preventiva do meu marido”, diz deputada Raquel Muniz

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A deputada federal Raquel Muniz (PSD-MG) se manifestou na tarde desta terça-feira, 19 de abril, sobre a prisão preventiva do seu marido, o prefeito de Montes Claros, Ruy Adriano Borges Muniz. O chefe do executivo da maior cidade do Norte de Minas foi preso ontem, em Brasília, durante a operação “Máscara da Sanidade II – Sabotadores da Saúde” da Polícia Federal (PF).

De acordo com informações divulgadas pela PF e o Ministério Público Federal (MPF), Ruy Muniz é suspeito de prejudicar o funcionamento de hospitais públicos de Montes Claros para favorecer uma instituição privada, que é gerida pela sua família. Além dele, foi presa a atual secretária municipal de saúde, Ana Paula Nascimento.

Ainda ontem, Ruy Muniz foi levado para Presídio Regional de Montes Claros, onde permanecerá à disposição da justiça. Já a Secretária de Saúde foi encaminhada para o Presídio Alvorada, na mesma cidade.

Nota da deputada Raquel Muniz

A prisão de Ruy Muniz ganhou repercussão nacional após vários veículos de comunicação associar o caso com a votação favorável da deputada federal Raquel Muniz, sua esposa, a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O prefeito foi elogiado durante a votação. “Meu voto é em homenagem às vítimas da BR-251. É para dizer que o Brasil tem jeito e o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com sua gestão (…)”

De acordo com a Polícia Federal a prisão após o elogio foi uma coincidência. A operação estava prevista para a próxima semana, mas o pedido de prisão do prefeito foi publicado equivocadamente no site do Tribunal Regional Federal. “A operação teve que necessariamente ser antecipada em virtude de um pequeno lapso ocorrido no Tribunal Regional Federal, de modo que no decorrer da semana passada o pedido de prisão preventiva foi publicado no site, e jornalistas da nossa cidade tiveram acesso a esse dado relevante, que fez com que a Polícia Federal tivesse que antecipar as ações, cumprindo o mandado imediatamente após a sessão do impeachment. Reafirmo que não foi nada planejado, tudo ocorreu para evitar que os mandados não fossem cumpridos”, explicou o delegado Marcelo Freitas.

Leia a íntegra da nota divulgada pela deputada em sua página oficial numa rede social: “Meus amigos e minhas, confesso que fiquei atordoada e muito chateada com tudo o que aconteceu. Precisei de um dia para tomar ciência do que se passava, respirar fundo e não desistir. Eu e Ruy sempre soubemos o que poderia acontecer com a gente quando entrássemos para a política, mas jamais que chegaria a esse ponto.

No entanto, não vamos nos intimidar em busca de um Brasil, de uma Minas e de um Montes Claros cada dia melhor. Por isso, reitero cada uma das palavras ditas no dia 17 de abril durante a votação para aceitar o processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff. Montes Claros tem um gestor íntegro, ético e que preza pela transparência das suas ações.

Não há razão jurídica para a prisão preventiva do meu marido, o prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz, por não haver risco a ordem pública, nem perigo de fuga e nem haver qualquer indício de obstrução da justiça. Há, sim, razões de outras ordens, não republicanas, que justificam essa investigação.

O meu marido, ao contrário do que está sendo amplamente noticiado, não teve a prisão decretada por motivos de corrupção e quem teve o senso ético de buscar a verdadeira motivação na decisão judicial pode verificar isto.

Todas as providências jurídicas cabíveis já foram tomadas e tenho a plena certeza de que a verdade prevalecerá.

Acredito que o meu voto na noite do dia 17 de abril foi um voto consciente e mais: foi um voto responsável pois vai ajudar na reconstrução do Brasil e devolver o nosso país aos trilhos do desenvolvimento.

Somos pessoas de bem e estamos à disposição da justiça e da sociedade para qualquer esclarecimento. Sou mulher de fé e permaneço acreditando na Justiça.”

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