Uma das questões mais polêmicas que envolvem uma projeção favorável à economia regional, é a implantação de uma linha aérea regular na cidade de Teófilo Otoni.
Por diversas vezes, o assunto foi um bom ponto de partida para a politica e empresários em algumas argumentações um tanto quanto “mirabolantes”… Mas vamos relacionar alguns pontos importantes para que de fato, possamos trazer ideias promissoras a nossa cidade.
Voltando os olhares para o setor aéreo do país, podemos observar uma grande turbulência no mercado, marcada pela alta do dólar, instabilidade econômica e politica no Brasil.
Para se ajustar ao cenário econômico desafiador, diversas empresas tiveram cortes significativos de gastos; algumas delas chegando a retirar aeronaves de operação e o desligamento de rotas por baixa demanda.
Apresentando a malha aérea regional do país, as operações se dividem basicamente em dois tipos de aeronaves; devido a grande extensão territorial do país, as companhias visando à economia, optam por aeronaves com motorização a reação “jato” (A320, B737, ERJ-195, ERJ-190) em rotas com mais de 750 quilômetros de distancia. Para rotas mais próximas, as empresas optam por aeronaves turboélices (ATR, E120).
O grande destaque em operação pelos céus brasileiros, ocupando um número significativo da malha aérea regional voltada ao transporte é o franco-italiano ATR, tendo suas configurações em 64 assentos ou 72 assentos.
Vista do aeroporto Aeroporto Kemil Kumaira (Foto: Natanael Neto / Arquivo Pessoal)
> Entenda agora os recursos mínimos exigidos pela Agencia Nacional de Aviação Civil para a operação aérea comercial
I- Atendimento à operação da aeronave com a disponibilização, 30 (trinta) minutos antes e 30 (trinta) minutos depois da operação, dos seguintes equipamentos e recursos humanos:
a) Carro contra incêndio urbano com 5.000 (cinco mil) litros de água, com regime de descarga de 750 (setecentos e cinquenta) gal/min e com 2 (duas) linhas de ataque – 1 (uma) com água e 1 (uma) com espuma –, estando disponível, para cada operação, a quantidade mínima de 100 (cem) litros de Líquido Gerador de Espuma (LGE).
b) Equipe para operação dos equipamentos composta de 3 (três) bombeiros, sendo pelo menos 2 (dois) deles capacitados como bombeiro de aeródromo e todos com Equipamento de Proteção Individual (EPI) e Equipamento de Proteção Respiratória (EPR) completos.
II- Envio de relatório de acompanhamento mensal à ANAC, contendo as datas e horários de cada operação, a relação dos equipamentos disponibilizados em cada aeródromo, a escala de serviço do período e cópia do certificado de bombeiro de aeródromo dos integrantes capacitados da escala de serviço.
Informações obtidas com a Diretoria da Agencia Nacional da Aviação Civil.
Dentre os fatores apresentados, também se destacam fatores estruturais do aeródromo; com pistas em dimensões superiores a 1.300 metros por 25 metros;
Disposição de equipamentos para auxilio a navegação (rádio, balizamento, estação meteorológica);
“Gerenciamento de Cabine” exclusivo para operação em pistas curtas; tendo a aeronave operada apenas pelo comandante, experiência da tripulação;
A aeronave não poderá ser despachada com qualquer item de manutenção que penalize a distancia de pouso;
> A nossa realidade!
O Aeroporto Kemil Kumaira, inaugurado em meados da década de 80, possui uma pista asfaltada com dimensões de 1.190×20 metros, sistema de balizamento deficiente, não dispõe de equipamentos para auxilio a navegação (estação meteorológica e rádio).
Localizado em posição critica, se torna um agravante para operações em baixa visibilidade, por conta do relevo nas proximidades.
Atualmente opera somente em condições visuais diurnas, tendo seu maior trafego voltado ao transporte logístico e aviação desportiva.
Natanael Neto, autor deste artigo, é acadêmico de Engenharia Aeronáutica pela Universidade FUMEC e piloto privado (Foto: Natanael Neto / Arquivo Pessoal)