O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) renovou neste mês a chancela do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) como órgão certificador de cachaça. Com isso, o IMA pode continuar certificando marcas da bebida com base em princípios internacionais e considerados de grande confiabilidade, como boas práticas de fabricação e rastreabilidade, que indica a origem do produto.
O IMA realiza este tipo de certificação desde 2009 e, até hoje, 20 marcas já conseguiram o selo de garantia IMA/Inmetro. “Ao aliar sua marca à do Inmetro, o IMA garante ao produto certificado um reconhecimento nacional e internacional que o habilita a buscar novos mercados. O selo é um diferencial competitivo para as vendas e, ao mesmo tempo, indica aos consumidores que aquele é um produto de qualidade garantida”, explica o gerente de certificação do IMA, Rogério Fernandes.
O procedimento para manutenção da chancela do Inmetro é anual e realizado em duas etapas. Na primeira, a equipe do Inmetro composta por dois avaliadores e um especialista observa as condições organizacionais de procedimentos internos do IMA para a certificação. São avaliados procedimentos e formulários utilizados para o sistema de gestão de qualidade em relação ao atendimento da norma internacional ISO 17.065/2013 e da portaria do Inmetro específica para a cachaça de nº 276/ 2009.
Na segunda etapa é realizada auditoria de campo, quando o Inmetro verifica a capacidade do IMA em auditar seus clientes in loco nas unidades de produção, em relação às fases do processo produtivo como a colheita, moagem, fermentação, destilação, armazenamento e envase.
“A auditoria e consequente certificação realizada pelo IMA/Inmetro valoriza os produtos que podem ter preços até 30% maiores que as outras marcas”, argumenta Fernandes.
20 marcas já conseguiram o selo de garantia IMA/Inmetro – Foto: Alambique Cachaça Batista
Exportação
A certificação de qualidade do IMA/Inmetro assegura melhor a qualidade do produto e oferece segurança aos clientes. É o que garante o engenheiro de alimentos e gerente técnico da Cachaça Batista, Bruno Zille. “Nosso principal foco é manter o produto em alto padrão e oferecer total rastreabilidade aos consumidores. Participamos da auditoria anualmente desde 2012”, diz, destacando que as vendas têm aumentado 20% ao ano.
Instalado na cidade de Sacramento, no Triângulo Mineiro, o alambique produziu na safra do ano passado 100 mil litros de cachaça, comercializada para estabelecimentos da região Sul e Sudeste. A exportação também é um dos focos da empresa. “Iniciamos em 2014 as exportações para a Europa, um mercado em potencial e apreciador da cachaça”, conta. A garrafa de 700 ml da marca é vendida em média por R$ 35 e R$ 50.
A marca Taruana, com alambique instalado em Taruaçu, distrito de São João Nepomuceno, foi a primeira cachaça a obter a certificação do IMA/Inmetro e passa pela auditoria há cinco anos. O proprietário Fernando de Castro Furtado conta que, a partir do momento em que conquistou a chancela do IMA e do Inmetro, seu produto passou a ter melhor receptividade no mercado.
“Tenho recebido diversos convites para participar de feiras em São Paulo para divulgar a nossa cachaça”, comemora. O alambique produz 30 mil litros da bebida por ano, que é vendida em Minas Gerais e, também, no Rio de Janeiro. A garrafa de 700 ml custa em média R$ 20.
O enólogo e gerente de produção da Vale Verde, Daniel Fornari, destaca que a auditoria realizada na empresa desde 2010 é fundamental para a credibilidade e a identidade do produto no mercado.
“Ter o selo IMA/Inmetro na garrafa significa que o produto tem origem confiável e respeita padrões internacionais”, ressalta. A Vale Verde tem uma capacidade de produção de 180 mil litros por ano. A garrafa com 700 ml é encontrada no mercado por preços que variam entre R$ 35 e R$ 50.
Certifica Minas Cachaça
Além da certificação com a chancela do Inmetro, o IMA também possui o Programa Certifica Minas Cachaça, com 66 alambiques e 132 marcas certificadas até o momento. O diferencial entre os dois selos é que, no Certifica Minas Cachaça, o produto segue normas próprias do Instituto, que são baseadas na portaria do IMA de nº 738 de 2005.
(Agência Minas)