“Fiz isso porque vocês queriam tirá-lo de mim”. Essa foi a frase que o homem de 29 anos disse ao cunhado para justificar ter assassinado o próprio filho de 3 anos, com uma facada no tórax. O crime aconteceu na casa da família, em Martins Soares, na região da Zona da Mata, na noite dessa segunda-feira (21/12/2015).
Irmão e mãe da mulher, de 30 anos, contaram à Polícia Militar (PM) que a acompanharam até a residência onde morava com o marido e com o filho para contar para ele que queria se separar e que se mudaria para a casa da mãe com a criança.
Ela conversou com o suspeito, que teria concordado com a separação e feito um último pedido: brincar com o filho até às 22h. A mulher aceitou e foi tomar banho, enquanto seus familiares a esperavam do lado de fora. O homem entrou para o quarto de Olavo Emerick Host e começou a se divertir com o filho. Tudo corria bem, até que ela ouviu gritos do menino.
A mulher saiu do banheiro e tentou defender a criança da agressão do pai, sendo também esfaqueada. O irmão dela entrou na casa e vendo a cena, partiu para cima do cunhado, conseguindo imobilizá-lo. “Você viu o que você fez com o seu filho?” , teria perguntado o tio do menino. Com muita frieza, o suspeito teria falado que fez isso para não ser obrigado a viver longe da criança.
Mãe e filho foram socorridos, mas a criança não resistiu e morreu, devido ao golpe na região do tórax. A mulher foi esfaqueada na região da coluna e não corre risco de morte.
O homem foi deixado dentro da casa, cercada por moradores, até a chegada da polícia. Ele não demonstrou arrependimento, estava calmo e não reagiu à prisão, segundo os policiais militares.
Menino foi morto com uma facada – Foto: Reprodução / Facebook
Estado de choque
Em depoimento, de acordo com a assessoria de comunicação da Polícia Civil, o pai parecia estar em estado de choque. Ele apenas falava que não lembrava do que tinha acontecido e que a briga dele foi com a mulher. O delegado mostrou fotos do menino morto e o homem não teria se emocionado.
Ele foi encaminhado para o Presídio de Manhumirim e responderá por homicídio triplamente qualificado e tentativa de feminicídio qualificado.
A mãe de Olavo também foi ouvida e revelou que resolveu se separar do marido ao descobrir que ele teria sido demitido há cinco meses da vidraçaria que trabalhava em Manhumirim. O homem estaria recebendo seguro desemprego e não teria contato nada para ela. Com isso, a mulher procurou uma advogada, que a orientou a tentar uma separação amigável. Ao ela ir para casa para seguir essa orientação, tudo aconteceu.
(Fonte: O Tempo / Repórter: Fernanda Viegas)