Embarcação com turistas mineiros naufraga no litoral do Rio de Janeiro

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Uma equipe de inspeção naval da Delegacia da Capitania dos Portos em Angra dos Reis (DelAReis), com três embarcações da Marinha, realiza operação de busca e resgate no mar de Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio de Janeiro, para localizar cinco desaparecidos, entre eles mineiros, após o naufrágio da traineira Minas Gerais, nas proximidades da Ilha dos Meros, na Baía da Ilha Grande. Os bombeiros do Quartel de Angra dos Reis também participam das buscas.

De acordo com nota do Comando do 1º Distrito Naval, na noite de ontem (28/11) a Marinha tomou conhecimento do naufrágio da embarcação, que tinha 13 tripulantes a bordo. Oito deles foram resgatados.

Até o momento, o 1º Distrito Naval não informou o tipo de atividade para a qual a embarcação era utilizada. A Marinha informou ainda que um Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN), cujo prazo de conclusão é de 90 dias, será instaurado para apurar “as causas, circunstâncias e responsabilidades pelo ocorrido”.

Segundo informações do gerente operacional da TurisAngra, Thiago Miguel, o grupo de turistas de Arantina, cidade no Sul de Minas, embarcou na traineira na Praia do Machado no início da noite. O objetivo era chegar a um local de pesca esportiva entre a Ilha dos Meros e Ilha Grande. Quando o grupo embarcou, o mar estava calmo, embora existisse alerta para a chegada de um vento forte vindo do Sul. Pouco depois das 23h chegou o alerta do naufrágio. Um dos sobreviventes conseguiu nadar até a Ilha dos Meros e pedir ajuda.

Quatro barcos saíram para socorrer os náufragos, resgatando de imediato seis pessoas. Outro passageiro do barco também conseguiu se salvar.

O advogado Erlei Eros Misael é um dos sobreviventes do naufrágio com embarcação em Angra dos Reis (Foto: Reprodução / Facebook)

“Foi do nada. O barco tombou de uma vez”, conta sobrevivente

Eram quase 20h quando os pescadores recolheram as linhas. “O mar estava com uma correnteza muito grande”, contou o advogado Erlei Eros Misael, um dos sobreviventes do naufrágio do barco traineira na região de Ilha Grande (RJ), município de Angra dos Reis, na noite deste sábado. Ele narrou momentos de desespero. “O barco fez uma pequena curva para a direita e tombou de uma vez. Revirou as coisas e a água entrou”, disse.

Foi tudo muito rápido. Enquanto alguns pegavam coletes, outros saltaram no mar. “Saí sem colete mesmo porque eu queria sair de perto do barco com medo dele afundar e puxar. Abracei uma caixa de isopor e depois sumiu todo mundo”, lembra Erlei. Ele ainda foi surpreendido por uma rajada de vento que levou o pedaço de isopor. “Aí o banco do barco apareceu na minha frente. Me apoiei e fui nadando em direção a ilha”. Foram cerca de 40 minutos de agonia até que avistou as primeiras pedras do pontal dos Meros.

Erlei conseguiu ajudar outros quatro colegas a chegar ao local. “Nós quatro fomos resgatados ali e outros quatro no mar”, disse. Segundo ele, continuam desaparecidos o vice-prefeito de Arantina, José Geraldo da Silva, Wellington Sandro da Costa, Fernando Carlos, José Francisco da Silva e uma pessoa identificada apenas como Atail. Segundo o prefeito Francisco Carlos Ferreira Alves, o clima na região é horrível. “A cidade é pequena e todos se conhecem”, afirmou. Dos sobreviventes, dois são tripulantes e seis turistas.

Eles faziam parte do grupo de 47 pescadores mineiros que participavam de um concurso de pesca na região de Angra dos Reis. É o terceiro ano consecutivo que o grupo realiza o torneio. Desta vez, partiram do cais público de Camorim por volta das 17h e seguiram até o pontal dos Meros. Eles se dividiram em três embarcações, que permanentemente estavam em contato. “Quando o barco naufragou foram eles que chamaram o socorro”, relatou. Outros barcos da vieram da ilha de Provetá, também das imediações de Ilha Grande.

Segundo o advogado o barco utilizado para a pescaria não aparentava ter problemas. Para ele, é improvável que a causa do acidente tenha sido climática. “Estava soprando um vento, mas não acredito que tenha sido determinante para isso. Foi do nada. O barco foi fazer uma curva e tombou de uma vez”, narrou.

No meio da tarde, as buscas foram suspensas em decorrência das condições climáticas, inclusive com alerta de temporal. No local, trabalhava uma embarcação do Corpo de Bombeiros e três da Capitania dos Portos, que retornaram para o continente.

De acordo com a Marinha, um navio de patrulha, de maior porte, está seguindo para o local.

(Fonte: Jornal Estado de Minas / Repórteres: Carolina Braga e Landercy Hemerson)

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