Minas Gerais produz a melhor cachaça artesanal do Brasil

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São muitos os possíveis roteiros da cachaça. Em Minas, então, é difícil ter um passeio definitivo. Qualquer região, cidade, distrito ou vilarejo do estado tem um pequeno produtor rural que fabrica o destilado. E cada alambique traz sua identidade própria, seu sabor característico e história. Mas não se trata de ir conhecer qualquer produção. O interessante é procurar as pingas de qualidade, brancas ou amarelas, fabricadas de forma artesanal e em alambiques de cobre. Em cada região de Minas, a bebida apresenta suas individualidades.

Seguindo o caminho da exploração do ouro, de Tiradentes a Ouro Preto, se encontram as cachaças mais amareladas, envelhecidas em barris de carvalho. Já no Norte, no eixo Januária-Salinas, são as madeiras brasileiras que agregam valor único ao produto. Um dos passeios mais conhecidos no universo da pinga é o Parque Ecológico e Alambique Vale Verde, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Prestes a completar 13 anos de história, já se tornou um dos empreendimentos turísticos mais importantes da Grande BH. Projetado para ser um ambiente de lazer familiar, o parque conta com viveiros de animais, trilha ecológica, pedalinho, tirolesa, arvorismo, escalada e muitas outras atrações, em mais de 300 mil metros quadrados. Mesmo com todas essas outras atividades, a visita ao processo de produção sustentável das cachaças Vale Verde e Minha Deusa e ao museu que conta a história da bebida são o carro-chefe do empreendimento.

Em outras localidades, mas de maneira incipiente, ainda, alguns produtores já começam a investir em pousadas e outras atrações para os visitantes. É o caso dos alambiques próximos a Ouro Preto, que fazem parte do circuito turístico da Estrada Real. Presidente da Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade e proprietário da marca orgânica Lukana, Trajano Raul Ladeira de Lima diz que, além da própria fazenda, outras já têm pousada para receber os visitantes. Ele produz sua cachaça em Santo Antônio do Leite, distrito de Ouro Preto, e indica outros alambiques na região que também começam a investir em infraestrutura para o turismo. É o caso da Gota de Minas, que fica em Amarantina; a Chão de Minas, em Cachoeira do Campo; e a Cobiçada de Minas, em São Gonçalo do Bação.

XAVIER CHAVES

“Ainda é pouco explorado, mas já está começando. Recebo em minha propriedade visitantes do Rio e de São Paulo. A vantagem de Ouro Preto é que existe uma concentração muito grande de produtores próximos uns aos outros, além de todas as atrações turísticas da região. São cachaças de alambique de cobre, elaboradas de forma artesanal. É possível acompanhar todas as etapas do processo, do plantio ao engarrafamento”, explica Trajano.

Ainda na Região Central do estado, mais especificamente no Campo das Vertentes, a pacata Coronel Xavier Chaves, popularmente chamada de Coroas, tem dois alambiques com histórias bem diferentes, mas que produzem cachaça de alta qualidade. Uma é a Século XVIII, engenho mais antigo em atividade no país. A propriedade pertenceu ao irmão de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, e até hoje é tocada por descendentes do inconfidente.

“Nossos filhos são a oitava geração da família no alambique. Todo o processo é artesanal e muito caprichado. Ela é branca e não passa por envelhecimento em madeira. Digo que a Século XVIII é a cachaça que não tem vergonha de ser cachaça”, conta Cida Chaves, que, junto com seu marido, Rubens Resende Chaves, está há mais de 30 anos no comando da destilaria. Já a Jacuba, é bem mais nova. Há 12 anos a marca é destilada no hotel-fazenda Bela Vista, que consegue unir o conforto do campo com o turismo cultural.

(Fonte: Jornal Estado de Minas)

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