O Comitê Gestor do Conjunto Moderno da Pampulha Patrimônio Mundial tomou posse nesta quinta-feira (3/9), no Salão Nobre da Prefeitura de Belo Horizonte. Entre os integrantes do fórum estão as presidentes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema Machado, e do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), Michele Arroyo, que participaram da cerimônia ao lado do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, e do secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo. A presidente da Copasa, Sinara Meireles, também faz parte do conselho.
Durante o evento, foi apresentado um vídeo institucional que mostra toda a riqueza do traço do arquiteto Oscar Niemeyer. A Pampulha, projeto do início dos anos 1940, nasce na prancheta do seu criador de forma surpreendente, num calculado abandono das linhas retas do mestre Corbusier e a eleição das curvas, que dali em diante se tornaria um dos mais importantes ingredientes da arquitetura moderna de Niemeyer.
“A Pampulha foi um acontecimento marcante na história da arquitetura mundial. Foi a primeira vez que se instaurou a linha curva no primado do desenho arquitetônico de um conjunto. Niemeyer abandonou a linha reta para homenagear a forma natural da Pampulha e acabou homenageando também a montanha mineira”, lembrou o secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo.
O Conjunto Moderno da Pampulha, composto pela Igreja de São Francisco de Assis, pela Casa do Baile, pelo Museu de Arte (antigo cassino), pelo Iate Clube e pela Casa Kubitschek está na lista da Unesco como candidato à Patrimônio Cultural da Humanidade desde 1996, quando o doutor Célio de Castro era prefeito da capital mineira.
Durante a gestão de Fernando Pimentel, que foi vice-prefeito e sucessor de Célio de Castro, o empenho para a construção de um dossiê pleiteando o título foi determinante. Na época, a atual presidente do Iepha, Michele Arroyo, participou ativamente deste trabalho como superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Graças a uma série de ações que viabilizassem a candidatura da Pampulha, principalmente na gestão de Pimentel, que requalificou a orla, inaugurou o novo vertedouro, restaurou os jardins do Museu de Arte da Pampulha e da Casa do Baile – além de criar o “espaço do Turista” onde era o antigo bar Redondo – o dossiê que pleiteia o título foi finalmente entregue ao Iphan, no dia 12 de dezembro de 2014, data do aniversário da cidade.
Lagoa da Pampulha
O Governo de Minas Gerais, através da Copasa, contribui também para a efetivação do título trabalhando na despoluição da Lagoa da Pampulha. Estão sendo implantados 100 quilômetros de redes coletoras e interceptoras de esgoto nos bairros situados ao longo da bacia da Pampulha – em Belo Horizonte e Contagem – e construídas nove estações elevatórias para viabilizar o encaminhamento do esgoto coletado à Estação de Tratamento de Esgoto – ETE Onça. O investimento do governo estadual nestas obras é de R$ 143 milhões e os trabalhos deverão ser concluídos até dezembro deste ano.
“O Patrimônio Cultural da Humanidade reúne exatamente as obras emblemáticas, aquelas construções que mostram a trajetória da criação humana em diversas partes do mundo. É importante que a Pampulha se inscreva entre essas grandes obras. E, para Belo Horizonte, seria a entrada definitiva no roteiro internacional”, enfatizou o secretário Angelo Oswaldo.
Minas já é o estado da federação com o maior número de bens reconhecidos pela Unesco como Patrimônio Mundial. Possuem o título as cidades de Ouro Preto e Diamantina, além do centro histórico de Congonhas.
Museu de Arte da Pampulha – Foto: Carlos Alberto/Imprensa MG
Igreja de São Francisco de Assis – Foto: Carlos Alberto/Imprensa MG
Casa do Baile – Foto: Manoel Marques/Imprensa MG
(Agência Minas)