Cerca de 130 educadores e 90 estudantes do Território Vale do Aço participaram da Virada Educação Minas Gerais (VEM), realizada em Caratinga. A mobilização levou os participantes a refletirem sobre os problemas enfrentados pelas escolas e as possíveis estratégias para tornar esses ambientes de aprendizado mais atrativos e próximos da realidade dos estudantes. Na cidade de Curvelo (Território Central), 31 estudantes e 46 professores se reuniram com o mesmo objetivo de discutir os problemas e as perspectivas para a escola e a educação, em especial no ensino médio.
As duas etapas compõem a programação da VEM, um movimento iniciado pela Secretaria de Estado de Educação que quer entender as potencialidades e fragilidades da escola com o objetivo de criar um espaço mais atrativo para adolescentes e jovens, em especial aqueles que deixaram os estudos, a fim de que voltem para a escola. Além de Curvelo e Caratinga, já foram realizadas rodas de conversa com educadores e estudantes em Belo Horizonte, Governador Valadares, Juiz de Fora e Uberlândia.
Vale do Aço
Em Caratinga, um dos desafios foi apresentado pela aluna Fabiana Karla da Silva Oliveira. Cursando o terceiro ano do ensino médio, a adolescente, de 17 anos, contou que apenas 15 dos 25 alunos que iniciaram a última etapa da educação básica da sua turma concluirão os estudos. “Os motivos são muitos. As dificuldades familiares e de transporte até escola são alguns dos exemplos. Eu tive colegas nessa situação. Estar aqui hoje é uma forma de poder mostrar que podemos superar esses problemas. A motivação de poder fazer deve fazer parte da escola, dos professores e também dos alunos. Precisamos dessa motivação, porque sempre temos que querer o conhecimento”, destaca a estudante da Escola Estadual Cesarina Alves Pereira, no município de Ubaporanga.
Estudantes e educadores são ouvidos na Virada Educação – Foto: Geanine Nogueira
Se por um lado há desafios a serem superados, por outro, boas práticas podem ser compartilhadas, como a desenvolvida na escola de Thiago Falcão Sueira Chagas, de 16 anos. Com o projeto Liderança nas Turmas, os estudantes dos ensinos fundamental e médio são convidados ao protagonismo. “Cada sala tem um líder e um vice-líder. A gente se reúne uma vez por mês para debater temas como a infraestrutura da escola e questões para tornar o ensino mais dinâmico. A experiência tem sido bacana e dá voz ao estudante”, explica Thiago, que é aluno da Escola Estadual Nilza Luiza de Souza Butta, em Ipatinga.
No Vale do Aço, a roda de conversa contou com dinâmicas, debates e até expectativas para um futuro nem tão distante. Para destacar os possíveis impactos das ações da Virada Educação nas escolas estaduais, um grupo de estudantes resolveu apresentar suas discussões a partir de um jornal futurista, em que as notícias mostrariam os avanços do ensino público em 2018.
“Como jovens, nós temos a visão de que vale a pena lutar pela nossa educação. Eu estou no terceiro ano do ensino médio, mas quem está na quinta série merece uma educação melhor. Com o jornal nós quisemos mostrar que vale à pena lutar por essa causa, para ver uma mudança na educação do nosso Brasil. Essa partilha dos pontos de vista observada hoje ajuda a gente a ampliar os nossos patamares”, avaliou a estudante da Escola Estadual Engenheiro Lamares Júnior, em Ipatinga, Letícia Donato, 17 anos.
Território Central
Geralda Patrícia Lara é pedagoga na Escola Estadual José Ribeiro de Andrade, no município de Cedo do Abaeté. Participante da roda de conversa dos educadores que aconteceu em Curvelo, ela ressaltou que a escola tem que ser mais atrativa para os estudantes e que o movimento VEM pode ser um passo importante para isso. “Na minha escola, durante o ensino médio, perdemos muito alunos. A maioria, porque precisam trabalhar e como o município é pequeno, eles vão para outras cidades. A escola deve ser mais atrativa e atividades como essa, que contam com a participação dos alunos, se fazem muito importante nesse momento”, afirma.
Para a professora de Língua Portuguesa e Inglesa da Escola Estadual Deputado Renato Azeredo, no município de Presidente Juscelino, Élida Raimunda de Oliveira Castro, só há mudança quando existe diálogo. “É muito importante essa preocupação da Secretaria de Estado de Educação em estar olhando pelos dois lados: tanto pelo aluno quanto pelo professor. Antes ficava um pouco distante. É importante ouvir os estudantes para que eles possam levar isso para os colegas e que realmente haja essa mudança. Vai ser interessante nesse sentido de transformar mesmo a escola”, conclui.
Virada Educação Minas Gerais
O foco da Virada é o adolescente entre 15 e 17 anos. O movimento iniciado pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE) quer trazer o adolescente que está fora da escola de volta aos estudos. E também aproximar a escola do universo do adolescente, a partir do envolvimento de vários atores sociais que podem contribuir para a melhoria do ambiente escolar e do desenvolvimento intelectual e humano do estudante: pais, artistas, comunidade do entorno da escola, associações, educadores e o próprio adolescente, dentre outros.
Para mais informações sobre as rodas de conversa da Virada Educação Minas Gerais em outros territórios do Estado acesse o site: novotempo.educacao.mg.gov.br.
Estudantes e educadores são ouvidos na Virada Educação – Foto: Geanine Nogueira
Estudantes e educadores são ouvidos na Virada Educação – Foto: Hudson Menezes
Estudantes e educadores são ouvidos na Virada Educação – Foto: Hudson Menezes
Estudantes e educadores são ouvidos na Virada Educação – Foto: Hudson Menezes
Estudantes e educadores são ouvidos na Virada Educação – Foto: Hudson Menezes
(Fonte: Agência Minas)