Até o dia 31 de agosto, acontece a Campanha de Vacinação contra Poliomielite, doença viral que afeta os nervos e que pode levar à paralisia parcial ou total. No Brasil, a Pólio está erradicada desde os anos 1990.
Nos últimos anos, tem havido queda da adesão do público alvo à vacina. De acordo com a coordenadora de imunização da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG), Tânia Brant, isso ocorre devido ao tempo que a doença está erradicada no país, já que o Brasil não apresenta nenhum registro há 26 anos.
“Fica difícil para os as pessoas pensarem na prevenção de uma doença que não conhecem, não viram e que está erradicada. Sendo assim, acabam por não valorizar as Campanhas de Vacinação contra Poliomielite e não recomendam que as crianças participem”.
Apesar disso, é imprescindível que o público alvo, crianças entre seis meses e quatro anos, 11 meses e 29 dias de idade, seja vacinado de modo a evitar a reintrodução do vírus no país.
Em paralelo à Vacina Pólio Oral (VOP), há a vacina Hexavalente que deve ser aplicada em três doses com intervalos de dois meses entre elas. Além de proteger contra a pólio, é eficaz com as seguintes doenças: difteria, tétano, coqueluche e infecção pelo Haemophilus influenzae tipo B. A diferença entre as duas vacinas é que na Hexavalente o componente correspondente a Poliomielite está inativado (morto) e é aplicado de forma injetável.
Segundo Brant, as crianças que receberam a vacina Hexavalente também devem receber a VOP, para elevar a cobertura contra o vírus. “A criança que recebe a vacina Hexavalente, está protegida, mas é necessário manter altas coberturas vacinais nas campanhas de vacinação. Se uma criança deixa de participar, o resultado fica comprometido, pois não teremos a proteção coletiva necessária para manter a erradicação”, afirma.
A vacina
A população alvo em Minas Gerais é a de 1.161.989 crianças. A meta mínima a ser alcançada corresponde a 95% de cobertura vacinal nesta campanha. A gotinha, administrada de forma oral, é absorvida pelo intestino e acaba sendo eliminada no meio ambiente, principalmente em lugares sem saneamento básico e estação de tratamento de esgoto. “O vírus é disseminado no meio ambiente e com isso concorre com o vírus selvagem, isto é, com a forma natural do vírus, que não passou por nenhum processo e possui toda a potência para causar doenças”, afirma Tânia.
Embora a doença esteja erradicada no Brasil, ela ainda existe em outros países como Afeganistão, Nigéria e Paquistão. De acordo com Tânia Brant, “mesmo que a doença esteja erradicada no país, corremos o risco de que pessoas advindas desses lugares tragam o vírus selvagem. Por isso é importante que o vírus vacinal, composto presente na vacina que ao passar por processo de atenuação, perde seu poder de causar doença, esteja no meio ambiente para concorrer com o vírus selvagem”, afirma.
É importante lembrar que o público alvo deve ser vacinado de maneira indiscriminada, ou seja, toda criança de seis meses a quatro anos 11 meses e 29 dias deve receber uma dose da Vacina Pólio Oral (VOP), independente do número de doses que já tenha sido registrado em seu cartão de vacina.
Não há contraindicações a administração da VOP, entretanto, é melhor evitá-la caso a criança apresente infecção com febre acima de 38ºC, tenha hipersensibilidade a algum componente da vacina, ou tenha contato próximo a pessoa imunodeprimida.
Mais informações disponíveis em: http://www.saude.mg.gov.br/vacinacao