A quantidade de famílias de agricultores familiares assistidas pelo Programa Brasil sem Misérias (BSM) vai dobrar em Minas Gerais. Mais 12 mil pequenos produtores receberão o benefício no valor de R$ 2.400 repassados pelo Governo Federal em duas parcelas. As orientações sobre plantio, acompanhamento da aplicação do dinheiro e assistência técnica e extensão rural (ATER) serão coordenadas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG).
Para o recebimento do recurso, os critérios são: estar inserido no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (Cadúnico), possuir renda per capta mensal de R$ 77,00 e ter a declaração de aptidão do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O trabalhador que não possuir a declaração de aptidão do Pronaf, a Emater-MG avaliará e fará a emissão. Para se cadastrar no CadÚnico, as famílias devem procurar o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de sua cidade.
Com os requisitos adequados, os produtores recebem três visitas de orientação técnica da Emater-MG para o estudo do solo, indicação de produção e implantação do projeto. Nos encontros, o terreno é avaliado e são elaborados projetos que indicam opções de cultivo que a propriedade comporta para que o produtor consiga iniciar o negócio.
Como o foco do programa é expandir a produção de agricultura familiar para a redução da pobreza, o Norte de Minas é uma das regiões assistidas e o programa BSM também será ampliado na região.
Quem já foi contemplado, reconhece os resultados. Após sete meses de recebimento do recurso do BSM, a avicultora de Glaucilândia, Maria Inês Ferreira, de 45 anos, conta que está ansiosa para vender sua produção. Antes suas galinhas mal davam para seu sustendo e hoje ela tem até para vender.
“Eu não tinha experiência com venda de frangos, porque cultivava somente para comer. E com a capacitação da Emater-MG consegui aumentar o galinheiro e agora estou esperando passar o período da engorda para começar a comercializar“, comemora.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater-MG em Glaucilândia, Antônio Dumont, muitas famílias estão saindo da miséria porque aprendem a cultivar e produzir o que é mais apropriado e estão mais unidas. “Vários produtores da região agora fazem parceria para vender a produção aumentando a rentabilidade do negócio, além de garantir o sustento da família”, ressalta.
A Coordenadora Regional de Bem Estar Social da Emater-MG de Montes Claros, Beatriz Cristina, explica que a assistência da empresa faz toda a diferença, pois o processo assegura a inclusão produtiva social além do sustendo para quem enfrenta a dificuldade da seca e da pobreza. “As famílias podem colocar em prática seus projetos, muitas vezes sonhados e nunca realizados por falta de dinheiro, informação e conhecimento”, enfatiza. Na região 1220 famílias agricultoras cadastradas já são assistidas.
Brasil Sem Miséria
Lançado em 2013 pelo Governo Federal, o programa foi criado a partir do eixo de inclusão produtiva rural do Plano Brasil Sem Miséria. Seu objetivo é apoiar a recuperação produtiva de famílias que se encontram em grande vulnerabilidade social ampliando a produção de alimentos e gerando renda. (Agência Minas)