Em Minas, a adesão à greve dos servidores técnico-administrativos nas instituições federais de ensino é total, segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Instituições Federais (Sindifes). São 17 instituições fomentadas pelo Governo Federal, incluindo 11 universidades federais, em todo o Estado. Já no Brasil, são 66 instituições federais paralisadas, o que deve contribuir para adiar o calendário letivo nas universidades federais.
Em reunião com o Ministério do Planejamento em Brasília nessa segunda-feira (20), o governo federal manteve a proposta de um reajuste total de cerca de 21% dividido em quatro anos. A categoria está mais inclinada a rejeitar a proposta do que aceitá-la, uma vez que anualmente a fração deste valor não cobriria sequer a inflação, segundo o sindicato.
Além de manter a proposta de reajuste de 21,3% dividido por quatro anos, alegando que a inflação este ano fecharia em 5,5%, houve também a proposta de um reajuste nos benefícios de alimentação, saúde e auxílio creche. Somados, os três reajustes significariam um impacto anual orçamentário de R$ 1,3 bilhão. Considerando que, este ano, a expectativa é que a inflação atinja 6,5%, estourando a meta de 4,5%, os servidores não veriam o ganho real do reajuste.
Outra sugestão do secretário de Relações de Trabalho no Serviço Público do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP) Sérgio Mendonça é a respeito da adoção de uma cláusula de revisão na proposta de reajuste plurianual (quatro anos), para preservar o poder aquisitivo. “Se errarmos na previsão de inflação futura, estamos dispostos a sentar novamente à mesa e renegociar o acordo”, esclareceu.
Os servidores alegam que em 2011 e 2012 não houve reajuste, e em 2013, 2014 e 2015 este reajuste foi de cerca de 5%, ou seja, sempre abaixo da inflação. Segundo cálculos do Sindifes, desde 2011 a categoria perdeu 27,3% do poder de compra devido a falta ou a ineficiência do reajuste em contraste com a inflação.
Por isso, a principal reivindicação da categoria é que haja esse índice de recomposição das perdas salariais e, para tanto, o reajuste deveria estar acima da inflação. O sindicato ainda problematiza que a perda do poder de compra pode chegar a 50% até o fim deste período.
Já as outras propostas são para reajustar o auxílio alimentação, atualmente de R$ 373,00 para R$ 458,00, e um reajuste no auxílio saúde de cerca de 22,8%. Quanto ao auxílio creche seria ajustado para R$ 369.
Início do semestre adiado
No caso da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), o início das aulas que segundo o calendário acadêmico deveria acontecer no dia 3 de agosto, foi adiado por tempo indeterminado.
Às 9h desta quinta-feira (23) o Sindifes irá reunir a categoria na Faculdade de Medicina da UFMG para deliberar sobre o proposta e considerar se farão uma contra-proposta para voltar a negociar com o governo federal. Ao sindicato, o Ministério do Planejamento prometeu uma nova reunião para daqui a cerca de 10 dias.
Segundo o Ministério da Educação (MEC), só em Minas são 17 instituições fomentadas pelo Governo Federal, incluindo 11 universidades federais. O que no total afeta 160.564 alunos matriculados em todas as instituições.
Veja a lista das instituições e universidades em greve no Estado:
-Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
– Universidade Federal dos Vales Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
– Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
– Universidade Federal de Viçosa (UFV)
– Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
– Uberada – Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)
– Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ)
– Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)
– Universidade Federal de Lavras (UFLA)
– Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL)
– Universidade Federal de Itajuba (UNIFEI)
– Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG)
– Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG)
– Instituto Federal do Norte de Minas (IFNMG)
– Instituto Federal do Sul de Minas (IFSULDEMINAS)
– Instituto Federal Sudeste de Minas (IFSUDESTEMG)
– Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM)
(Fonte: O Tempo)