Queijo artesanal da região da Canastra é eleito o melhor de Minas Gerais

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Produtor do município de Tapiarí vence Concurso Estadual que contou com a participação dos 30 melhores queijos de Minas Gerais.

O produtor Nereu Ramos Martins, do município de Tapiraí, região da Canastra, é o vencedor do 8º Concurso Estadual do Queijo Minas Artesanal. O evento aconteceu nesta sexta-feira, 3, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, durante a Megaleite 2015. Participaram 30 queijos de sete regiões produtoras: Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Serra do Salitre, Serro e Triângulo Mineiro.

Em segundo lugar ficou o produtor Lazaro Francisco dos Reis, do município de Patrocínio (região do Cerrado); seguido por Vanderlino dos Reis Moreira, do município de Serra do Salitre (região Serra do Salitre); José Maria de Oliveira, de Rio Paranaíba (região do Cerrado); e Maurício Alves de Oliveira, do município e Rio Paranaíba (região Cerrado). Todos os produtores recebem assistência técnica da Emater-MG, são cadastrados junto ao IMA e foram selecionados nas etapas regionais do concurso. Os queijos foram avaliados por uma comissão julgadora, formada por profissionais experientes, estudiosos da produção queijeira e por profissionais dos serviços de inspeção.

O concurso foi uma realização da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), em parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando.

O vencedor

O produtor Nereu Ramos Martins fabrica Queijo Minas Artesanal há mais de 20 anos. Com uma produção de aproximadamente 30 queijos por dia, atende principalmente ao mercado da região Oeste de Minas. Também comercializa para outros Estados, como São Paulo e Rio de Janeiro. Ele vende a unidade por um preço médio de R$ 25,00. Toda produção é feita com a ajuda da família.

“Trabalhamos muito para conquistar esta vitória. É uma grande emoção. Sempre contamos com o apoio da Emater-MG e do IMA que acompanham toda produção para mostrar que é possível melhorar a qualidade do queijo e produzir dentro das normas. Com o título esperamos agregar mais valor ao nosso queijo, para conseguir melhor preço de venda, e melhorar a vida da nossa família. É uma emoção muito grande para nossa família”, destaca o produtor.

Concurso ocorreu durante a feira Megaleite 2015 – Foto: Alexandre Soares/Emater-MG

Os vencedores receberam os prêmios das mãos do secretário de Estado de Desenvolvimento Agrário de Minas Gerais, Glênio Martins, do subsecretário de Desenvolvimento Rural Sustentável da Seapa, Orlando Caixeta Filho, do diretor técnico da Emater–MG, João d’Angelis, do presidente da Girolando, Jônadan Hsuan Min Ma, e do presidente da Câmara Municipal de Uberaba, Luiz Humberto Dutra.

“A cada edição do Concurso é notável a melhora na qualidade dos queijos. Os produtores buscam sempre melhorar a produção, aprimorando todo processo de fabricação, para apresentar um queijo mais gostoso e com melhor qualidade. Todos participantes apresentaram queijos com muito potencial para vencer e, a cada edição, a disputa fica mais acirrada”, destaca a coordenadora Técnica Estadual de Agroindústria da Emater-MG, Marinalva Soares.

Segundo o secretário de Estado de Desenvolvimento Agrário de Minas Gerais, Glênio Martins, todos os 30 produtores participantes do Concurso estão de parabéns. “Participar do Concurso Estadual já é uma grande conquista para todos os produtores, que buscam cada vez mais melhorar a produção de aumentar a renda e a qualidade de vida. Todos representam o que Minas Gerais tem de melhor”, ressalta.

O que é o Queijo Minas Artesanal

O Queijo Minas Artesanal mantém as características de produção artesanal, a partir de mão de obra familiar, com produção em baixa escala e utilização de leite cru (não é permitido leite pasteurizado). Além de valorizar a identidade sociocultural do Estado, a atividade é a principal fonte de renda para cerca de 30 mil pequenos produtores, em aproximadamente 600 municípios mineiros. “O Queijo Minas Artesanal é apreciado graças ao conhecimento passado entre gerações e às suas características peculiares. O modo artesanal da fabricação foi, inclusive, registrado como patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional”, explica Marinalva Soares.

O reconhecimento das regiões é respaldado por estudos que avaliam o processo de fabricação e as características peculiares do local de origem, como a história, a economia, a cultura e o clima, entre outros. O Queijo Artesanal sobreviveu às pressões da modernização dos processos de produção pelo apego às tradições e, também, pelo isolamento das propriedades produtoras, espalhadas pelas colinas e pelos vales do Estado. “Isso contribuiu para que se preservassem produtos com características próprias e de imenso valor cultural e econômico. Para preservar essa tradição e garantir a qualidade do Queijo, existem leis e normas que regulamentam a produção. O Queijo Minas Artesanal possui importância econômica, social e cultural muito significante para os municípios incluídos”, reforça a coordenadora.

Programa Queijo Minas Artesanal

O Programa Queijo Minas Artesanal, executado pela Emater–MG, orienta os produtores em boas práticas de fabricação, para garantir a segurança alimentar e facilitar o cadastramento das queijarias no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). O programa atua na organização dos produtores, padronização de produtos, melhoria de embalagens, qualificação dos produtores e técnicos, comercialização e melhoria da qualidade dos produtos.

Queijo conquista o Brasil

Desde 2002, com a criação de uma Lei Estadual (14.185/02,) houve a preservação das características tradicionais do processamento, estabelecendo critérios para a elaboração do Queijo Minas Artesanal a partir do leite cru. Foi garantida a legalidade e a comercialização em mercados formais de Minas Gerais. Em 2012, com uma nova Lei Estadual (20.549/12.), o queijo maturado passou a ser o único reconhecido como Queijo Minas Artesanal pela legislação.

Até agosto de 2013 o produto, apesar de tanta importância cultural e econômica para o Estado, ficava restrito às fronteiras mineiras. Um acordo inédito entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e os serviços de inspeção sanitária de Minas, permitiu que o IMA passasse a expedir para o Queijo Minas Artesanal o documento que legaliza sua comercialização para todos os estados brasileiros. A autorização é equivalente ao Sistema Brasileiro de Inspeção do Mapa (SISBI). Uma portaria, assinada pelo atual vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade, enquanto desempenhava o cargo de ministro da Agricultura, permitiu que o Queijo Minas Artesanal fosse das queijarias regularizadas diretamente para mesa de consumidores de todo Brasil. (Agência Minas)

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