O resultado do 2º Processo Seletivo de 2015 do SISU é público e pode ser conferido no site do MEC.
Áureo Moura Ferreira, acusado de chefiar uma quadrilha que fraudava vestibulares de Medicina em Minas Gerais e São Paulo, teve o seu nome publicado no site do Sistema de Seleção Unificada (SISU), do MEC. Áureo Moura e outros 29 candidatos foram selecionados para as vagas disponibilizadas no curso de Medicina da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), campus Teófilo Otoni.
Um fato no mínimo curioso. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a investigação sobre a fraude nos vestibulares envolve crimes cometidos contra órgãos pertencentes à União, pois o suposto crime se deu em provas de concursos nacionais, como a edição do Enem realizada em 2014.
O resultado do 2º Processo Seletivo de 2015 do SISU é público e pode ser conferido no site do MEC (sisu.mec.gov.br/selecionados).
Resultado pode ser conferido no site do MEC – Foto: Reprodução
Entenda o caso
A Polícia Civil indiciou em dezembro do ano passado, 28 pessoas por suspeita de fraude em vestibulares de Medicina em Minas Gerais e São Paulo. Entre os indiciados estavam Áureo Moura Ferreira e Carlos Roberto Lobo Leite, apontados como chefes da quadrilha, que foi investigada ainda numa possível fraude do Enem de 2014. O inquérito foi enviado para a Justiça.
Prisões
Onze pessoas da quadrilha foram presas durante provas em Belo Horizonte. O 12º suspeito foi preso em Montes Claros. Eles vendiam gabaritos a candidatos ao curso de Medicina, e passavam as respostas por micropontos eletrônicos e transmissores de alta tecnologia, comprados na China. Estudantes de Medicina, chamados de “pilotos” no esquema resolviam rapidamente as questões e transmitiam o gabarito. De acordo com o que foi apurado pela polícia e o Ministério Público Estadual, a organização criminosa fraudou também o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). De acordo com as investigações, Áureo e Carlos Roberto cobravam até R$ 100 mil por candidato para passar o gabarito.
No caso do Enem, como os candidatos estavam separados, foi usado um dispositivo de telefonia GSM parecido com um cartão de crédito. O gabarito era transferido por celular para todos os candidatos, através do microponto eletrônico, como se fosse uma ligação em conferência. Esta transmissão foi registrada pela polícia.
Arrecadação
O promotor André Luis Garcia de Pinho, de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de Minas Gerais, afirma que os dois supostos chefes da quadrilha investigada por fraudar o Enem e vestibulares de faculdades privadas de Medicina no país arrecadariam R$ 6 milhões nesta temporada de provas.
Segundo ele, o valor seria divido entre Áureo Moura Ferreira e Carlos Roberto Leite Lobo.
Situação de momento
Áureo Moura e outros 10 acusados de fraudar o Enem e vários outros vestibulares de Medicina receberam habeas corpus concedido pela juíza Rogéria Maria Debelli, da 4ª vara da Justiça Federal de Belo Horizonte. A decisão considerou o excesso de prazo da prisão, que era cautelar, sem a conclusão do processo.
O processo foi transferido para a Justiça Federal no dia 5 de fevereiro. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a investigação envolve crimes cometidos contra órgãos pertencentes à União, pois a suposta fraude se deu em provas de concursos nacionais, como o Enem de 2014. O processo foi encaminhado para o Ministério Público Federal (MPF). Após análise do MPF, possivelmente, a ação será encaminhada para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), que decidirá se o processo será julgado em instância estadual ou federal.
Fotos
Áureo Moura levava vida de ostentação em Teófilo Otoni – Foto: Reprodução
Carlos Lobo e Áureo Mouro são apontados como líderes da quadrilha – Foto: Reprodução
Veículos de luxo apreendidos em Teófilo Otoni – Foto: Elvis Passos
Áureo Moura levava vida de ostentação em Teófilo Otoni – Foto: Reprodução
Áureo Moura levava vida de ostentação em Teófilo Otoni – Foto: Reprodução
Áureo Moura levava vida de ostentação em Teófilo Otoni – Foto: Reprodução
Quadrilha utilizava um equipamento de telefonia GSM, simulando um cartão de crédito, além do ponto eletrônico – Foto: André Lana/Ministério Público de Minas Gerais
(Fonte: Diário de Teófilo Otoni)