Namorado estava no momento do crime e ainda ameaçou a vítima. Caso é investigado pela Polícia Civil.
A Polícia Civil (PC) instaurou um inquérito para apurar um estupro coletivo cometido contra uma adolescente de 16 anos no último domingo, 14 de junho, no bairro Nossa Senhora das Graças, em Governador Valadares (MG). De acordo com as informações da polícia, o namorado da garota presenciou o ato e ainda a ameaçou.
A Polícia Militar (PM) foi acionada pela mãe da garota. A adolescente relatou que no sábado à noite sua irmã a levou até a casa de seu namorado, de 20 anos, para que de lá fossem a uma festa de aniversário no bairro São Pedro. Na casa do namorado, quando a mãe deste saiu, o rapaz a mandou ir para um quarto. Ao abrir a porta, ela encontrou um amigo do namorado, e este a obrigou a praticar sexo com ele.
A garota gritou e tentou resistir, mas seu namorado a segurou pelo pescoço e, após imobilizá-la, presenciou o estupro. Ainda foi destacado pela menina que outro rapaz entrou no quarto e também a forçou a ter relação sexual com ele, e seu namorado a segurou pelo pescoço novamente, de forma a impedir que ela gritasse, até o amigo terminar o abuso.
Depois os dois rapazes — aparentemente adolescentes — foram embora, e o namorado levou a garota para casa, ameaçando-a para que não contasse nada a ninguém. Contudo, a mãe da menina percebeu que ela estava estranha e, questionando-a, conseguiu descobrir o que ocorrera, e imediatamente acionou a polícia. A mulher passou o endereço do jovem, contudo, os militares não o localizaram. A vítima foi encaminhada ao HPS para o exame de corpo de delito.
Inquérito
Na segunda-feira, 15 de junho, a PC tomou conhecimento do caso e instaurou um inquérito, e na tarde desta terça-feira, a vítima foi ouvida na Delegacia da Mulher, juntamente com a mãe e a irmã. A delegada Adeliana Xavier explicou que, a partir dos depoimentos prestados, vai investigar o caso, pois até o momento não tem conhecimento da identidade dos outros dois suspeitos. “Já temos o endereço do namorado da vítima, pois a PM, no ato da confecção do BO, esteve na residência dele, contudo, não o localizou. Acreditamos que ele fugiu, e vamos fazer todo o esforço para localizá-lo, pois precisamos de sua versão dos fatos. Mesmo que a princípio ele não seja preso, pois já passou o estado de flagrante delito, precisa ser ouvido”, disse a delegada.
“Estupro coletivo é um caso atípico em Valadares, e nessa situação teve um autor controlando tudo para os outros dois praticarem o abuso. Nestes dois anos em que estou à frente da Delegacia da Mulher, nunca vi algo parecido. Isso deixa a gente indignada, pois, de acordo com o Boletim de Ocorrência, a vítima era namorada do autor, que ficou observando os outros dois jovens praticarem o ato”, afirmou Adeliana Xavier.
Denúncia
Fato muito importante nesse caso foi a participação da mãe, que ao perceber que a filha mudara o comportamento, “apertou-a” e a fez relatar o ocorrido. Isso tendo em vista que as vítimas de estupro a princípio tendem a ficar caladas, talvez com a falsa impressão de que foram as responsáveis pelo ato.
“Uma agravante nesse fato é a vítima ter 16 anos. No Código Penal, artigo 213, parágrafo primeiro, a pena é qualificada quanto a vítima é maior de 14 e menor de 18 anos. Aí é considerado na Justiça como um estupro qualificado, e a pena é maior do que a comum, indo de 8 a 12 anos de prisão. Por isso orientamos a todas as pessoas a denunciarem esses atos, para tomarmos as medidas necessárias. Nesse caso a percepção da mãe foi essencial para a descoberta do ocorrido”, concluiu a delegada Adeliana Xavier.
(Fonte: Diário do Rio Doce)
