A criação do Colégio Estadual de Instituições de Ensino possibilitou a interlocução entre o Conselho, que é regulador, e a academia, que forma para o mercado de trabalho.
Capacidade instalada é uma referência de produção utilizada pela indústria para medir a quantidade de produtos que as máquinas, equipamentos e homens são capazes de realizar. O nível é medido a partir da variação entre o que a indústria efetivamente produziu e o que poderia ter produzido sem influências econômicas como desemprego, escassez de matéria-prima ou qualidade da mão de obra. A capacidade instalada da engenharia mineira ganhou novo fôlego nos últimos três anos a partir de uma parceria inédita em âmbito nacional, que aproximou as universidades do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerias (Crea-Minas).
Em julho de 2012, o Crea-Minas criou o Colégio Estadual de Instituições de Ensino, que promove a interlocução entre o Conselho, regulador, e a academia, que forma para o mercado de trabalho. O engenheiro eletricista, mecânico e diretor da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), Fredmarx Gonçalves Leão, foi um dos precursores do órgão consultivo. Com 42 anos de experiência no mercado, o engenheiro acredita que o Conselho está fazendo um papel muito importante de integrar o profissional. “O Crea-Minas identificou, vai na fonte, no âmago da questão: o aluno. Com isso o estudante sai com noções de Engenharia, as funções do profissional e o que ele representa na sociedade”, completou Leão. O engenheiro ainda explica que o Colégio de Instituição ampliou o diálogo entre docentes e também a articulação entre as instituições e o Conselho de Engenharia, que tem como valores a competência tecnológica, o comprometimento com o exercício profissional e a ética.
O professor Haroldo Moraes Lopes, da Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas Santo Agostinho (FACET), de Montes Claros, reforça a adesão acadêmica ao Colégio. Com sete cursos de Engenharia e cerca de duzentos alunos formados nesta área todos os anos, a FACET reconhece no Crea-Minas um importante parceiro da educação. O professor conta que o Colégio das Instituições de Ensino proporcionou uma efetiva participação das escolas no Conselho. “Ficou muito claro para as universidades que o Crea-Minas também é a casa das instituições de ensino”, conclui Lopes.
Essa interlocução de acordo com Luiz Fernando Resende dos Santos Anjo, professor da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), estimula o crescimento da engenharia. A instituição do Triângulo Mineiro tem sete cursos de Engenharia e a primeira turma, com 40 alunos, foi recém graduada. Membro do conselho, o engenheiro civil também entende que a articulação melhora a capacidade instalada da Engenharia mineira, porque trará maior competência aos futuros profissionais. “O objetivo é que os alunos que estão no curso passem a entender melhor as suas atribuições quando estiverem estudando, além de cobrar dos professores e coordenadores o que realmente está nos projetos dos cursos”, comenta Anjo.
O Colégio de Instituições de Ensino do Crea-Minas conta hoje com a participação efetiva de 177 representantes de escolas de nível técnico e superior. A UFMG também integra o colegiado. Do campus da federal saem a cada ano cerca de 750 recém formados. São 11 graduações e 10 programas de pós-graduação, além de projetos de extensão que levam melhorias às comunidades com a adesão de universitários e professores de 13 departamentos da Engenharia. (Iane Chaves)