Em sua lojinha de bicicletas e outras mercadorias, fotos, medalhas e troféus ganham destaque. Olímpio José Ferreira, de 61 anos, conhecido como “Tiú”, é um comerciante de Conceição do Mato Dentro, mecânico de magrelas, e um atleta exemplar.
Tiú começou a correr em 1989, quando morava em Lagoa Santa, fumava e bebia muito. No dia 31 de agosto daquele ano, acordou assustado com seus dedos amarelos de fumaça de cigarro. Foi então que resolveu mudar de vida, largar os vícios e começar a praticar esporte. No dia 7 de setembro do mesmo ano, disputou sua primeira corrida oficial, em Conceição do Mato Dentro, e ficou em terceiro lugar. Desde então, não parou mais.
Tiú treina de segunda a sexta-feira – Foto: Renato Carvalho / Defato Online
Participou da Volta Internacional da Pampulha, da São Silvestre, da Meia Maratona do Rio de Janeiro e de várias outras corridas pelo Brasil. Coleciona dezenas medalhas, troféus e algumas fotografias que comprovam seus feitos, resultado de muita disciplina.
Tiú corre de segunda a sexta-feira, sempre depois das 18h. O treinamento inclui até as escadarias do Santuário do Bom Jesus de Matozinhos. “Subir as escadas dá mais resistência. Subo umas 30 vezes correndo e já me acostumei. Mas faço outros treinamentos para velocidade, com trotes e tiros. Corro até 20 km dessa forma”, explicou.
Pensa que é muito? Quando chega em casa, o mecânico ainda se exercita por 10 minutos em um saco de pancadas. A rotina de treinos só muda quando há competições e o repouso na véspera é fundamental para um bom resultado.
A alimentação também é importante para manter o ritmo. O café da manhã do corredor é reforçado e não pode faltar maçã, banana, mamão, leite desnatado, peito de frango desfiado no pão integral e queijo. O cardápio se repete no jantar. “No ano passado, após participar da volta da Pampulha, em BH, fui fazer exames na tenda de apoio. A pressão estava 12 por 8 e a glicose normal. A moça até me olhou meio desconfiada”, lembra.
Atualmente Tiú acredita que as pessoas o veem como exemplo. Tem até um grupo de corrida que o acompanha pelas ladeiras de Conceição. “Agora me respeitam. Antigamente me viam correndo na rua e ficavam gritando para eu ter cuidado com o coração. Hoje já me chamam de atleta”, conta orgulhoso. (Defato Online)