OS BRASILEIROS E AS NOVAS DOENÇAS TROPICAIS

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Há anos, mais precisamente, décadas, a dengue vem atingindo milhões de brasileiros levando centenas à morte. A doença causa uma série de problemas como febre e dores durante várias semanas, em casos extremos, a morte. Temos as variações do vírus como o causador da dengue hemorrágica, mais danoso e mais mortal. Mas o vírus muda e novas formas são descobertas a cada período. Mas, como dizem que nada esta tão ruim que não possa piorar, duas novas doenças chegaram ao Brasil e que também utilizam o Aedes Aegypti, o mosquito da dengue, como transmissor: Chikungunya e a Zica. Já foram registrados no Brasil quase 1700 casos da doença de Chikunguya até o momento e o primeiro caso foi registrado no Oiapoque, Amapá, o ponto mais distante do Brasil, ao Norte, em setembro do ano passado. A Zica, um vírus novo, foi introduzido no Brasil provavelmente pela Bahia no período da copa do mundo em 2014. Assim como as demais doenças causa febre, dores no corpo, manchas, etc.

Somos um país continental e tropical com milhares de quilômetros de fronteira onde fica praticamente impossível controlar tudo que entra e sai, principalmente as doenças. E o que é pior: estes vírus escolheram como agente transmissor o nosso pior inimigo: o mosquito da dengue. Este mosquito que está totalmente adaptado ao Brasil e circula por todos os meios e classes sociais. Um mosquito que se reproduz rapidamente, com ovos altamente resistentes que sobrevivem por vários anos e que originam novos mosquitos assim que as condições se tornam favoráveis e fazer a festa da propagação dos vírus e das demais doenças.

Tudo no Brasil é muito dinâmico por conta da nossa condição climática, territorial e por uma população que não faz ideia do risco que corremos com estes vírus espalhados por aí e que facilmente sofrem mutações podendo se tornar cada vez mais perigosos. Temos experiências no Brasil, não muito agradáveis, como o caso da gripe espanhola no inicio do século passado que matou milhares de brasileiros, inclusive um presidente. Um simples vírus da gripe que sofreu uma mutação e se tornou um assassino em potencial. E estes novos vírus que estão entrando no Brasil sem pedir licença? Futuramente podem ser tornar potencialmente perigosos por adaptações e alterações genéticas? É claro!

Não podemos eliminar os vírus, serem impossíveis de ver a olho nu, extremamente simples e com um potencial de adaptação enorme, mas podemos eliminar o seu agente transmissor, o mosquito. Não adianta culpar os governos pelos surtos do mosquito porque na maioria dos casos a culpa é nossa. O nosso papel é evitar que o mosquito se reproduza e possa propagar as doenças pelo país.

Devemos lembrar que o mosquito da dengue agora não é mais só da dengue, mas também de outras doenças. Será que precisamos de mais argumentos para que possamos iniciar de forma mais enfática o controle deste agente que pode levar a nossa população ao hospital ou ao cemitério?

Quem é Alexandre Sylvio Vieira da Costa?

– Nascido na cidade de Niterói, RJ;
– Engenheiro Agrônomo Formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro;
– Mestre em Produção Vegetal pela Embrapa-Agrobiologia/Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro;
– Doutor em Produção Vegetal pela Universidade Federal de Viçosa;
– Pós doutorado em Geociências pela Universidade Federal de Minas Gerais;
– Foi Coordenador Adjunto da Câmara Especializada de Agronomia e Coordenador da
Comissão Técnica de Meio Ambiente do CREA/Minas;
– Foi Presidente da Câmara Técnica de eventos Críticos do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Doce;
– Atualmente, professor Adjunto dos cursos de Engenharia da Universidade Federal dos
Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Campus Teófilo Otoni;

– Blog: asylvio.blogspot.com.br
– E-mail: alexandre.costa@ufvjm.edu.br

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