Em junho, cinco unidades em Minas Gerais serão auditadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Mercado asiático é estratégico para a pecuária nacional
Cinco frigoríficos mineiros de carne bovina serão auditados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no próximo mês, em procedimento que vai verificar se cumprem as exigências e estão habilitados para exportar para a China. A medida já é reflexo do acordo assinado entre Brasil e o país asiático, que determinou o fim do embargo chinês à importação da carne bovina brasileira, anunciada nessa terça-feira (19/5), pelo governo federal.
Expectativa é de que a reabertura do mercado chinês movimente, por ano, cerca de US$ 4,5 bilhões – Foto: Divulgação / Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
A China tem o maior contingente populacional do mundo e o acesso a esse público consumidor vai garantir a expansão de um mercado estratégico para Minas. “O consumo de proteína animal entre os chineses vem crescendo na última década, com a melhoria do poder aquisitivo da população e a urbanização. Para se ter uma ideia, no período de 2004 a 2014, a variação do consumo doméstico de carne bovina cresceu cerca de 25%, passando de 5,6 milhões para 6,9 milhões de toneladas”, afirma o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, João Cruz Reis Filho.
Minas possui o segundo maior rebanho nacional, com aproximadamente 24 milhões de cabeças e responde por mais de 9% dos 33,9 milhões de abates realizados sob inspeção municipal, estadual e federal. Na avaliação do secretário João Cruz, é uma oportunidade para que os pecuaristas mineiros invistam em tecnologias e melhorem a eficiência zootécnica do rebanho, garantindo novos mercados e renda.
Em 2014, as exportações brasileiras de carne bovina geraram receitas da ordem de US$ 17,4 bilhões. A expectativa é de que a reabertura do mercado chinês, considerado estratégico para a pecuária nacional, movimente em torno de US$ 4,5 bilhões por ano com a venda de carnes, o que representa acréscimo de aproximadamente 26%.
O embargo do país asiático à carne bovina brasileira estava vigente desde 2012, em razão da descoberta, em território brasileiro, de um caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), a doença da vaca louca. (Agência Minas)