Produção se destina a refeições servidas no presídio e instituições de caridade. Trabalho é acompanhado por engenheiros agrônomos
Está marcada para segunda quinzena deste mês a primeira despesca dos criatórios da Penitenciária Manoel Martins Lisboa Junior (PDMMLJ), em Muriaé, na Zona da Mata. Os peixes serão preparados no refeitório do presídio para as refeições servidas a detentos e funcionários e o excedente será doado a instituições sem fins lucrativos da cidade.
A alimentação e o manejo de peixes das espécies tilápia e carpa são feitos por dez detentos da PDMMLJ. Eles foram treinados e têm acompanhamento de engenheiros agrônomos voluntários.
O objetivo inicial do projeto foi dar qualificação e ocupação aos presos – Foto: Divulgação/Seds
O objetivo inicial do projeto foi dar qualificação profissional e ocupação aos presos, que assim ganham um dia de remissão de pena a cada três dias trabalhados, como prevê a Lei de Execução Penal.
“Nós buscamos incessantemente a ressocialização dos detentos. Existem muitos criatórios de peixes em Muriaé. Os conhecimentos adquiridos na penitenciária podem auxiliar esses detentos na conquista de uma vaga no mercado de trabalho quando ganharem a liberdade”, afirma o diretor de segurança da unidade, Antonio Almeida.
O município é banhado pelo Rio Muriaé, que nasce no estado de Minas Gerais e deságua no Rio Paraíba do Sul, no Estado do Rio de Janeiro. Muitos moradores sustentam suas famílias com a pesca nas águas do Muriaé. A piscicultura surgiu como uma alternativa vantajosa pela maior produtividade e também pelo aspecto ambiental, uma vez que poupa o estoque de peixes do rio.
Essa não é a primeira experiência de produção de alimentos na Penitenciária de Muriaé. Os detentos cultivam verduras e legumes para consumo interno e para doações esporádicas a instituições da região.
Pioneirismo em Ribeirão das Neves
Minas Gerais foi o primeiro estado a produzir peixes dentro de uma unidade prisional. A iniciativa começou no segundo semestre de 2011, no Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves
O trabalho beneficia não só os presos, mas também a comunidade, já que os peixes criados no açude do presídio são doados para famílias de detentos, escolas, creches e asilos.
Na Dutra Ladeira, o treinamento em piscicultura, que já beneficiou 32 detentos, é dado por uma equipe da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O projeto recebe verbas da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) e do Ministério da Pesca. (Agência Minas)