Mais de 100 feiras em várias regiões do Estado contam com apoio da empresa na qualificação e inserção dos agricultores familiares nos eventos
Modalidade de mercado varejista, com periodicidade semanal, que geralmente ocorre em espaços abertos, destinados à venda de produtos agropecuários, as feiras livres têm merecido especial dedicação e incentivo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), em todo o Estado.
Em parceria com municípios, Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e outras instituições públicas e privadas, a empresa mineira vem desenvolvendo ações com o objetivo de fortalecer e qualificar a inserção dos agricultores familiares neste canal de comercialização.
Feiras tem ajudado agricultores familiares de Minas Gerais – Foto: Divulgação/Emater
Um exemplo é a distribuição de kits do Programa Minas Sem Fome, que já ajudou a organizar e padronizar 104 feiras do tipo no Estado, em 101 municípios, beneficiando 2.800 agricultores familiares com 1.100 barracas. Além das barracas, os kits são compostos por jalecos e balanças digitais.
“Tradicionalmente, a Emater-MG tem participação efetiva na organização e implantação dessas feiras no Estado”, informa o gestor do projeto de feira livre do Minas Sem Fome, o coordenador técnico estadual, Ademar Moreira Pires. Segundo o coordenador, a agricultura familiar tem uma produção diversificada, porém ainda pouco integrada às cadeias produtivas, “a feira livre é uma iniciativa que valoriza a identidade regional, gera trabalho, ocupação e renda e receitas que dinamizam a economia dos pequenos municípios”.
Além das feiras no interior, a Emater-MG também acompanha agricultores que expõem seus produtos na Feira da Agricultura Familiar e Urbana da Cidade Administrativa, sede do Governo de Minas, em Belo Horizonte. A feira, que acontece às sextas-feiras no prédio Gerais, conta com dez barracas. Os pequenos produtores são de Belo Horizonte, Sabará, Ibirité, Contagem e Sete Lagoas.
Apoio da Seapa
Um trabalho semelhante com os feirantes é desenvolvido pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) com o Projeto de Apoio às Feiras Livres, desde 2012. Com a mesma finalidade do projeto da Emater-MG, e com a qual mantém parceria, a secretaria distribui kits contendo barracas, jalecos e caixas plásticas.
A prioridade é apoiar feiras já existentes em municípios com tradição de feiras, como os da região do Vale do Jequitinhonha. Até o momento, nove municípios de variadas regiões do de Minas foram contemplados com kits do projeto da secretaria. Outros 52 aguardam pelo recebimento do material, o que deverá acontecer até o final deste semestre, de acordo previsão do órgão.
Feira e turismo
No município de Tapira, agricultores familiares mantêm uma feira livre que é um sucesso. Fundada há quatro anos, a partir de uma iniciativa do escritório local da Emater-MG, em parceria com Secretaria Municipal de Agricultura, a feira beneficia diretamente 13 produtores que faturam em média, cada um, R$ 600 por semana. “É uma renda que ajuda a custear despesas da propriedade. Também diversifica as atividades do produtor, que antes só investia no leite”, argumenta o técnico da Emater-MG, Márcio Rodrigues de Souza.
De acordo com Rodrigues, além atrair os moradores que compram os produtos cultivados com caldas alternativas e pouquíssimos defensivos agrícolas, a feira tapirense tem atraído também muitos turistas que passam pela cidade, em busca das cachoeiras locais. De olho neste potencial, ele revela os próximos planos para a feirinha que vende desde ovos, frangos caipiras, queijos, doces, frutas e verduras.
Os agricultores feirantes de Tapira também aguardam a liberação dos kits da Seapa para organizar e padronizar as barracas. Atualmente, a feira acontece aos domingos, das 8h às 12h, no pátio do Centro Administrativo do município, na antiga rodoviária, mas deverá ser transferida para o centro da cidade, considerado ponto comercial mais estratégico.
Também utilizada como ponto gourmet, com destaque para os pastéis bastante consumidos pelos moradores, a feira de Tapira é um espaço de encontro, após a missa e de confraternização dos frequentadores. Tudo isso confirma a premissa de ser a feira livre uma experiência socioeconômica que valoriza a identidade cultural de um determinado lugar. (Agência Minas)