Caminhada é realizada desde 1977 e começou com três amigos.
Era por volta das 6h quando os fiéis saíram da igreja do Bairro Santo Expedito, em Montes Claros (MG), para o São Geraldo II. No trajeto, os católicos das duas comunidades se encontraram e seguiram juntos. Pessoas de todas as idades fizeram o percurso, que tem 14 quilômetros, e terminou com uma celebração e a encenação da Paixão de Cristo. Uma café da manhã também foi servido.
“Hoje é um dia para recordarmos a morte de Jesus. Buscamos através desta caminhada penitencial fazermos a mortificação com Cristo para os pecados que cometemos e nos levam a nos afastarmos da nossa salvação”, define o padre Brígido Limas.
Procissão seguiu do Santo Expedito para o São Geraldo II (Foto: Michelly Oda / G1)
A caminhada, que é realizada desde 1977 na Sexta-Feira Santa, começou de forma despretensiosa e se tornou tradicional também pela iniciativa de pais, que transmitem o significado da data para os filhos.
“No começo éramos eu e mais dois amigos, continuamos a fazer todos os anos e o número de pessoas foi aumentando. Para mim é a maior alegria, nunca imaginei que a caminhada fosse reunir tanta gente, é Deus multiplicando o povo dele”, fala Dionísio Souza, de 78 anos.
O filho do aposentado, Alaerte de Brito, carregou ao lado do pai, uma cruz de madeira durante todo o percurso.
“Ele não aguenta mais carregar, por isso eu levo a cruz, seguindo os passos dele. Além disso, é uma ato de penitência, para pedir perdão a Deus e também um sacrifício para agradecer pelas bençãos recebidas”, destaca.
O pai de Vicente Eduardo, José Pinheiro, fazia parte dos três amigos que tiveram a ideia da caminhada. Apesar dele ter falecido em 2011, os filhos continuam com a tradição.
“A intenção do meu pai era de fazer algum tipo de sacrifício, mas ele com certeza não imagina que ia reunir tanta gente, cinco mil pessoas chegam a participar. Este é um momento de fé, no qual os cristãos se voltam para Deus.”
O estudante de Engenheira, Willian Leal, levou o filho de seis meses para participar da primeira caminhada. “Vinha com meu pai e hoje faço questão de trazer o meu filho. É uma tradição que eu vou passar para os meus herdeiros”, diz.
A costureira Isaura Madalena acompanhou a chegada da caminhada no Bairro São Geraldo II, ao lado da mãe, de 72 anos, que chorava ao ver os fiéis chegando. “Ela se emociona todas as vezes, antes servia água para as pessoas, mas, mesmo na cadeira de rodas, faz questão de estar presente.”
Encenação na praça do Bairro São Geraldo II (Foto: Michelly Oda / G1)
(Fonte: Inter TV Grande Minas / G1)