Educação abre espaço para especificidades das comunidades quilombolas de Minas Gerais

0

Representantes de comunidades quilombolas se reuniram com a secretária de Educação, Macaé Evaristo

Nesta quinta-feira (12/2), representantes de comunidades quilombolas do Norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha estiveram na Cidade Administrativa para uma reunião com a secretária de Estado de Educação, Macaé Evaristo, e gestores do órgão central. O encontro marcou uma abertura ao diálogo para o debate de políticas educacionais que considerem as especificidades dos diferentes grupos sociais que fazem parte da educação.

“Minas Gerais está entre os cinco estados brasileiros que têm o maior número de população quilombola. Entretanto, esses educadores nos trazem alguns desafios, como a implementação das diretrizes da educação escolar quilombola e a necessidade de se ter uma forma mais participativa na gestão da educação nessas comunidades. Uma gestão que considere as especificidades de cada uma delas”, destacou Macaé Evaristo.

O encontro marcou uma abertura ao diálogo para o debate de políticas educacionais para os quilombolas de Minas Gerais – Foto: Carlos Alberto / Agência Minas

Também estiveram na pauta de discussões apresentadas pelas comunidades temas como: a promoção de formação de lideranças quilombolas que garantam a Educação Básica, incluindo a Educação de Jovens e Adultos, e a inserção da educação escolar quilombola no mapa de desenvolvimento territorial. “É necessário que tenhamos um olhar também para o Censo Escolar que é coordenado pelo Governo Federal, por meio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). É muito importante que o Estado se envolva e acompanhe o Censo Escolar para que as especificidades dessas escolas possam se fazer presentes”, avalia a secretária.

Grupo de trabalho

Entre os resultados da reunião está a formação de um grupo de trabalho com representantes das comunidades quilombolas, da Secretaria de Estado de Educação e especialistas da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A última possui um curso de aperfeiçoamento sobre a Educação Básica nas comunidades quilombolas.

Para a presidente da Federação das Comunidades Quilombolas do Estado de Minas Gerais, Sandra Maria da Silva Andrade, a agenda teve saldo positivo e trouxe expectativas quanto à realização de um trabalho educacional que respeite às comunidades. “A criação desse grupo para nós é essencial, porque esta comissão vai retratar a realidade das várias regiões que nós temos dentro das Minas Gerais. As comunidades estão espalhadas e o nosso estado é muito grande e tem as especificidades de cada região”, conta. Segundo a presidente, as comunidades quilombolas estão presentes em 183 municípios do Estado.

Formação para educadores

Professores da Universidade Federal de Minas Gerais também marcaram presença no encontro. Durante a agenda, a professora Shirley Aparecida de Miranda destacou o curso de aperfeiçoamento oferecido pela Universidade. O Curso de Formação de Professores da Educação Básica nas Comunidades Remanescentes de Quilombo tem carga horária de 210 horas e é ofertado de forma presencial em dois polos: Januária, no Norte de Minas, e em Berilo, no Vale do Jequitinhonha.

“Esperamos que agora a gente consiga alcançar uma visibilidade para essas comunidades, para que as diretrizes nacionais para a educação escolar quilombola possa ser implementadas em Minas Gerais. A formação é uma estratégia para essa implementação, mas o diálogo com a secretaria estadual nos revela que outros avanços podem ser conquistados, como o reconhecimento das escolas”, disse a coordenadora do curso, Shirley Aparecida.

No ano de 2012, o Ministério da Educação homologou as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola (DCNEEQ), elaboradas com participação das comunidades remanescentes de quilombos. (Agência Minas)

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui