O prazo de produção estipulado é de 24 meses e o recurso financeiro é de R$ 1,4 milhão
Um das áreas de maior relevância ambiental de Minas Gerais conta com um grande reforço para sua preservação. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) publicou o edital 04/2015 – “Sustentabilidade da Bacia do Rio Pandeiros” com o objetivo de financiar projetos de ação e pesquisa científica, tecnológica e de inovação que contribuam com a preservação, conservação e recuperação do meio ambiente da Bacia Hidrográfica do rio. O edital conta com duas linhas temáticas: “Meio Ambiente, Sustentabilidade e Biodiversidade”, e “Projetos Socioambientais e de inclusão socioprodutivas”. O prazo de produção estipulado é de 24 meses e o recurso financeiro é de R$ 1,4 milhão.
Pântano do rio Pandeiros é local de reprodução de peixes que compõem a fauna aquática do rio São Francisco – Foto: Reprodução Agência Minas / Evandro Rodney
De acordo com o edital, serão consideradas propostas prioritárias aquelas que gerarem resultados concretos, elucidarem aspectos relevantes ou promoverem a geração e ampliação do conhecimento relacionado à conservação, preservação e recuperação dos recursos naturais da bacia do Rio Pandeiros e relacionado às atividades produtivas de base conservacionista, geradoras de trabalho e renda, correlacionadas aos métodos de produção de base agroecológica e agroextrativistas, levando-se em conta aspectos culturais da população local e a aptidão natural da região. Clique aqui para ver o edital completo.
Unidades protegem fauna e flora
O Instituto Estadual de Florestas (IEF) administra duas unidades conservação na região que serão beneficiadas pelo edital. A Área de Proteção Ambiental (APA) Pandeiros possui uma área de 396.060 hectares e é a maior unidade de conservação do Estado de Minas Gerais. A unidade abrange os municípios de Januária, Bonito de Minas e Cônego Marinho. Estes municípios localizam-se no extremo Noroeste de Minas Gerais, na Macrorregião Norte de Minas. Criada pela Lei Estadual nº 11.901 de 1º setembro de 1995, destina-se principalmente à proteção do Rio Pandeiros, que integra a bacia do rio São Francisco.
A APA está inserida no bioma Cerrado, com ocorrência de todas as suas diferentes fitofisionomias. Destas, as veredas representam a mais importante. Diversas espécies, inclusive o homem, dependem das veredas para sua sobrevivência. O buriti (Mauritia flexuosa), espécie de palmeira característica das veredas, é fonte de sustento e renda das populações locais. A riqueza sociocultural da região é caracterizada pela diversidade de povos, costumes e saberes tradicionais. Comunidades como veredeiros, geraizeiros, chapadeiros, ribeirinhos e quilombolas ocuparam o território há séculos e usam os recursos naturais do Cerrado de maneira sustentável.
O Refúgio Estadual da Vida Silvestre do Rio Pandeiros foi criado pelo Decreto nº 43.910 de 5 de novembro de 2004 e está localizado no interior da Área de Proteção Ambiental Pandeiros, no município de Januária. Possui uma área de 6.102,7526 hectares de Cerrado e de Mata Seca, num perímetro de 79.356,12 m, destinado à unidade de conservação de Proteção Integral, conforme definido pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). O objetivo da unidade é proteger e conservar a fauna aquática da Bacia Hidrográfica do rio São Francisco, em especial na proteção do Rio Pandeiros, sua área alagável e lagoas marginais.
Pantanal Mineiro
A região também é conhecida como o “Pantanal Mineiro” ou “Pântano de Pandeiros”, com extensas áreas alagadas tidas como um berçário natural, responsável pela reprodução de aproximadamente 70% dos peixes do Rio São Francisco, além de abrigar no seu emaranhado de belas lagoas uma enorme diversidade de aves, anfíbios, repteis e mamíferos. (Agência Minas)